ELIZABETH WINTER
Se a Tailândia foi um sonho dourado e sedoso, o Vietnã nos atingiu como um despertador barulhento, vibrante e com cheiro de escapamento misturado a coentro.
Aterrissamos em Hanói sob uma garoa fina que transformava a cidade em uma pintura aquarela cinzenta e verde. A viagem do aeroporto até o Old Quarter foi uma experiência de quase morte a cada trinta segundos. O conceito de "faixa de trânsito" aqui parecia ser apenas uma sugestão artística, não uma regra.
Eram rios de motocicletas, carregando famílias inteiras, porcos vivos, geladeiras e pilhas de caixas que desafiavam a gravidade, tudo fluindo em uma cacofonia de buzinas.
Segurei a mão de Alex no banco de trás do táxi, esperando ver aquele vinco de preocupação na testa dele, aquele que aparecia sempre que algo não seguia o protocolo de segurança padrão.
Mas ele estava sorrindo. Ele estava com o rosto colado na janela, observando a confusão com a fascinação de uma criança.
— Olha aquilo, Lizzy! — El