DAMIAN WINTER
O silêncio entre mim e Sophie era tão denso que parecia que até o bip do monitor cardíaco havia se tornado mais lento.
Ela piscou rápido, a boca se abrindo num “o” surpreso, que me pareceu dissimulado demais para ser verdadeiro.
— O quê? — arqueou as sobrancelhas, como se eu tivesse acabado de acusá-la de um crime impossível.
— Não se faça de idiota. Isso é um insulto à minha inteligência.
Em vez de admitir, ela forçou uma risada seca.
— Você enlouqueceu? Eu? Por que faria isso contra a empresa que será do meu filho? — Sério? Agora ela vai fingir que se importa com Danian ou o patrimônio que ele vai herdar?
— Porque o jornal foi claro. — rosnei. — A denúncia partiu da senhora Pósitron. E quem é a senhora Pósitron, Sophie?
Por um instante, seus olhos vacilaram. Eu vi. O disfarce rachou. Mas logo ela se recompôs, erguendo o queixo com ares de desafio.
— Então não fui eu, Damian! — rebateu. — Porque eu não sou Positron. Eu sou uma Winter!
A forma como disse “Winter” foi co