DAMIAN WINTER
Dentro da viatura estava abafado. A sirene não estava ligada, mas o som do rádio chiando e as conversas curtas dos policiais preenchiam o espaço como uma pressão constante sobre meus ouvidos. Eu mantive o olhar fixo na janela, observando as ruas passando depressa.
Não era a primeira vez que meu nome estampava manchetes, mas era a primeira em que eu não tinha feito absolutamente nada para merecer.
Meus pulsos latejavam sob o metal das algemas, e a imagem de Danian chorando na porta da sala voltava em flashes curtos e dolorosos. Aquilo tinha sido o golpe mais baixo. Algemado na frente dele. Stella gritando. E eu… impotente.
— Senhor Winter, o senhor sabe por que está sendo levado, certo? — perguntou o policial ao meu lado, sem me olhar.
— Já foi explicado — respondi seco. — Mas, pra deixar claro, não matei ninguém, nem mandei ninguém fazer isso.
Ele apenas assentiu, mantendo o olhar no vidro da frente.
Chegamos à delegacia minutos depois. O pátio estava cheio de repórteres