SOPHIE PÓSITRON
O bip constante do monitor cardíaco já estava me irritando. O quarto particular era silencioso, frio, com aquele cheiro de antisséptico que parecia grudar nas paredes. Eu odiava hospitais, mas odiava ainda mais a sensação de impotência que se agarrava a mim como uma sombra desde a noite do tiro.
A tela do meu celular vibrou sobre a mesa ao lado da cama. Peguei-o depressa, já sabendo de quem era a mensagem. O segurança que meu pai colocou para vigiar cada passo de Damian desde que ele começou a me evitar.
"Ele foi até a casa da mulher. Levou o garoto com ele."
O coração disparou e, por um segundo, pensei que o bip do monitor fosse aumentar junto.
— Não… não, não, não. — murmurei, sentindo o ar sumir. — Ele não faria isso comigo.
Mas ele fez. Estava lá. Com ela. E pior: com o bastardo do Danian junto.
O grito escapou da minha garganta antes que eu pudesse conter.
— MALDITO! — joguei o celular contra a parede, o impacto ecoando no quarto. — COMO ELE OUSA?
A porta se abriu