Sábado pela manhã, Deise estava jogada em sua cama. Entediada com a vida e com o olhar perdido observando sua própria imagem se refletindo na tela da televisão que estava desligada.
Um grito familiar lhe deu ânimo para se levantar. Deise foi na janela e olhou para baixo. Miriam estava debruçada no peitoril da janela, dois andares abaixo, virada com a cabeça para cima. Pediu para Deise descer e ela imediatamente foi.
Miriam abriu a porta para receber a melhor amiga.
— O que foi? — Deise estava impaciente.
— Entra aí! — Miriam respondeu, puxando a amiga para dentro de casa. — Olha só, fiquei sabendo que o Edson ainda está saindo com a Geise. Acho que nosso telefonema não deu em nada. Precisamos fazer alguma coisa!
— Vamos ligar de novo? — Deise cruzou os braços, batendo o pé direito no chão insistentemente, em sinal de inquietação.
— Na primeira vez não adiantou. Acho que não vai adiantar ligar de novo. Vamos fazer outra coisa.
Miriam pegou Deise pelo braço e a levou para seu quarto.