Cap. 8
Ele continuou a segui-la, observando os passos desajeitados; ela nem se preocupava em olhar se ele a seguia.
Mas sorriu discretamente — não de felicidade, mas de alívio — ao saber que ele a acompanhava, mesmo sem saber que ela percebera sua presença a muitos metros de distância.
O blazer de Adon pesava sobre seus ombros, largo demais, quente demais, e mesmo assim ela o apertava contra o corpo como se fosse o último pedaço de abrigo que lhe restava no mundo. As pernas tremiam, mas ela andava com calma. A respiração vinha curta, entrecortada, como se o ar queimasse, mas o perfume dele tomava seu espaço, invadindo suas narinas de forma que fazia seu peito arder de um jeito bom.
Quando passou diante de uma vitrine, parou por um instante. O reflexo a fitava com estranha familiaridade, porém ela não se reconheceu. O vestido rasgado, a maquiagem borrada, os cabelos desalinhados e aquele olhar perdido — era como olhar para uma estranha.
— Droga... ele me viu assim... — ela murmurou, mo