Cap.33
A franqueza incontrolável e a menção explícita fizeram a última névoa de embriaguez de Selene evaporar num estalo.
Ela piscou, o rosto queimando, e se encolheu no canto do elevador, prensando as costas contra o metal frio.
— Eu... estava brincando.
— Nunca pensei que odiaria alguma coisa como eu odeio freiras. Deve ser algum tipo de pecado ficar de pau duro olhando uma freira.
O constrangimento a acertou como um tapa.
— Você... eu não sou freira, seu...
Adon soltou um ruído gutural, um “tsk” carregado de irritação, e virou o rosto para a porta, acompanhando os números subirem. Estava no limite — frustrado pela interrupção e, pior, pela ousadia errática daquela mulher.
O elevador abriu com um ding suave. Ele saiu primeiro, ainda tenso. Selene o seguiu até o apartamento amplo, moderno, iluminado pela vista da cidade.
— Banheiro. Agora — Adon ordenou, indicando a porta ao lado com um movimento seco de cabeça.
Selene parou por um instante, piscando para a decoração minimalista.
— Q