Cap.118
— Parece que novas meninas estão chegando. De vans fechadas. Meninas que não falam nosso idioma direito, com sotaque estranho, parecendo assustadas. Elas chegam à noite e somem no prédio principal. Ninguém da administração comenta. O Sr. Silva anda mais nervoso e ausente que o normal; ele me avisou para ficar longe a todo custo. Aquele covarde não nos ajudou e ainda quer apoiar aquela merda. — Katleia baixou a voz, mesmo não havendo ninguém por perto para ouvir. — Minha amiga, que ainda trabalha na cozinha, ouviu conversas… parece que estão usando o lugar para esconder tráfico de pessoas. De outros países também. Aquilo está se tornando algo grande...
Um calafrio percorreu a espinha de Selene. O orfanato. O único lugar que ela considerava um lar, por mais problemático que fosse. Transformado em um ponto de operações de algo tão horrível.
— Meu Deus… — Gildete sussurrou, pálida. — O que vamos fazer?
— Fazer o quê? — Katleia retrucou, amarga. — O Sr. Silva não pode fazer nada, j