Ricardo
Ela suspirou, como se aquele peso nos ombros tivesse diminuído só um pouco. Então me contou o que aconteceu: Caio havia comido algo que não fez bem, passou a madrugada vomitando, teve febre e agora estava em observação. Não era, nem de longe, o final de semana que eu havia imaginado… mas não me importava. Eu gostava dela. Gostava daquele menino. E não havia chance de eu deixá-los sozinhos naquela noite.
Havia apenas uma poltrona ao lado da cama, então, de início, fiquei em pé, apenas observando os dois. Ele dormia profundamente, enquanto ela tentava disfarçar o choro — mas, vez ou outra, eu via uma lágrima escorrer por seu rosto.
Em determinado momento, ela se levantou e começou a andar de um lado para o outro. Aproximei-me e a envolvi num abraço. Foi como se ela só precisasse daquele gesto para desmoronar.
— Ele vai ficar bem, linda — murmurei, sentindo seus soluços contra meu peito.
— Eu deveria estar com ele… — sussurrou, com a voz embargada.
Sentei-me na poltrona e a puxei