Ricardo
Tudo ia relativamente bem no trabalho naquela manhã. Reuniões produtivas, alguns e-mails resolvidos, nada fora do normal. Mas bastou chegar o começo da tarde para tudo desandar.
Prazos, pendências, telefonemas que não paravam — quando percebi, já estava completamente imerso naquele caos.
Olhei o relógio e levei um susto. Já deveria estar em casa. Peguei o celular às pressas e mandei uma mensagem para Flávia avisando que me atrasaria um pouco. Depois disso, tentei encerrar o máximo de coisas possível.
Quando finalmente terminei, o relógio já marcava mais de sete e meia. Sabrina ainda estava ali, terminando de organizar alguns relatórios.
Pensei em ir embora direto, mas quando vi que ela sairia sozinha — e lembrando que aquela região, àquela hora, ficava praticamente deserta —, ofereci uma carona até a estação de metrô. Não era por nada além de preocupação mesmo. De carro o trajeto era rápido, mas a pé levaria uns bons dez minutos, num caminho escuro e cheio de empresas já fec