Ricardo
Acordei sentindo um calor inesperado sobre mim. Abri os olhos devagar e percebi a manta que não estava ali antes. Suspirei, passando a mão pelo tecido. Ela havia me coberto.
Me espreguicei lentamente antes de levantar e seguir para o banheiro. O silêncio da casa ainda era profundo, e, por um instante, tudo pareceu suspenso no tempo.
Depois de lavar o rosto, fui até o quarto de Flávia. Abri a porta devagar e olhei para ela. Dormia profundamente, o rosto tranquilo, o corpo envolto nas cobertas. O cansaço ainda marcava seu semblante, mas, pela primeira vez, parecia relaxada.
Fechei a porta com cuidado e segui para o quarto de Caio. Ele também dormia, encolhido entre os travesseiros. Seu pequeno peito subia e descia ritmado, e, por um instante, senti um alívio estranho. Tudo estava bem.
Resolvi então organizar algo para o café da manhã. Fui até a cozinha e comecei a separar algumas coisas. Café, frutas, pão… O suficiente para que ela tivesse uma refeição leve ao acordar.
O cheiro