Helder ficou atônito, a fúria explodiu em seu peito e ele se virou, encarando Mário com raiva.
— O que você disse? Repete isso!
Mário não olhou para trás, repetiu a frase com ainda mais indignação e acrescentou:
— Papai, você é bom demais com elas. Você deveria deixar eu e a mamãe morarmos aqui.
Helder se lembrou do que as crianças do jardim de infância haviam dito, seus olhos ficaram avermelhados quando ele caminhou até Mário. De repente, agarrou-o pela gola da camisa. Mário se assustou, debatendo-se com mãos e pés.
— Me solta, papai, o que você está fazendo?
Lurdes correu até eles, segurando o braço de Helder.
— Ele é só uma criança, você não devia se igualar a ele. Você está machucando ele, solta o menino.
Helder se virou para ela.
— Uma criança desse tamanho, como ele saberia dessas coisas?
Lurdes hesitou, visivelmente nervosa.
Mário, assustado, começou a chorar alto, chamando pela mãe para salvá-lo.
— Mamãe, me salva, esse homem mau vai me matar!
Lurdes sentiu o coração apertado,