O chamado ecoou através das camadas do cosmos como um clarim de um deus exausto:
— Chega de bagunça. Vamos trabalhar.
A ordem se espalhou por esferas, atmosferas e planos paralelos, repercutindo como um trovão que parecia surgir do próprio âmago da Criação.
O Criador — uma consciência antiga, de milhões de olhos invisíveis — convocou seus comandados e apontou para além do véu.
Para a estrela X9, um farol púrpura no coração do vácuo, que pulsava como uma artéria divina prestes a explodir.
Ali, no sistema esquecido, girava o planeta Ubr Zai, um mundo que recentemente havia mergulhado em um caos peculiar: não guerras, não catástrofes — mas acusação, denúncia, autodestruição moral.
Os habitantes, conhecidos como Baianos Cósmicos pelos Arretianos, estavam entregando uns aos outros ao Criador, como se cada ser fosse uma oferenda viva de erro, vergonha e culpa.
O planeta inteiro havia virado um tribunal de vozes, pensamentos e telepatias violentas.
Era uma festa grotesca.
E, como toda fes