Satanás surgiu diante dos recém-chegados de Fluchtig como quem desperta de um sono antigo. As sombras ao redor se ajustaram, acomodando-se à presença dele — um equilíbrio natural, como se o ambiente respirasse.
— Olá, pessoal… estavam com saudades de mim?
A voz ecoou como ferro rasgando seda.
Os habitantes de Fluchtig se entreolharam. Um deles respondeu, com uma sinceridade infantil:
— Eu estava!
Satanás levantou uma das sobrancelhas flamejantes.
— Ótimo. Tenho muitas perguntas. Desde que vocês chegaram e desde que acordei, venho tentando entender esse tal planeta Terra…
A ponta do sorriso dele era pura malícia interessada.
— Os humanos eram tão perigosos assim, que precisavam ser mantidos isolados do resto do universo?
O ser de Fluchtig, pequeno, vibrante, com olhos de brilho translúcido, aproximou-se um pouco mais.
— Fluchtig era muito diferente da Terra, caro amigo, respondeu ele.
— Para seres como você, muita coisa lá seria… estranha.
Satanás inclinou a cabeça.
— E como você se