Ela…
Tem algo sobre a solidão que nem sempre é desespero.
Às vezes, ela é só… quietude.
Uma pausa no caos.
Um intervalo entre os medos.
Uma chance de ouvir o que há dentro da gente — mesmo que seja algo que não queremos encarar.
Klaus foi embora há algumas horas.
E desde então, tenho andado pela casa como quem habita um lugar emprestado.
Meus dedos deslizam pelas quinas da estante, pelo encosto do sofá, pelo vidro da janela que revela uma cidade que não para.
E eu, pela primeira vez em muito tempo, também não quero parar.
Quero viver.
Ainda não sei como, mas quero.
Me sento no chão da sala.
Sem travesseiros, sem música.
Só eu e meu peito meio cheio, meio vazio.
Tem um aperto, mas também tem… espaço.
E isso é novo.
Pego meu caderno antigo — aquele que usava nos anos de faculdade, onde escrevia ideias, poemas ruins, frases que me vinham depois das aulas.
Fazia anos que não o abria.
Na última