Ela…
Meus pulsos ainda latejavam, amarrados com força pela fita que cortavam minha pele a cada movimento.
As mãos estavam dormentes, e a cadeira em que fui jogada rangia com qualquer tentativa de mexer o corpo.
O frio era cortante, úmido, e o cheiro de mofo impregnava minhas narinas.
O galpão era grande, escuro e silencioso — tão silencioso que o som do meu próprio coração parecia ecoar pelas paredes.
Um lugar esquecido, escondido do mundo.
Um lugar perfeito para o que quer que fosse que haviam planejado para mim, podesse ser executado sem nenhum problema.
Minhas lágrimas já haviam secado no rosto.
Agora o que me restava era o silêncio tenso e a respiração pesada de alguém ali.
Sim.
Eu não estava sozinha.
A figura continuava sentada à minha frente.
Sem dizer uma única palavra.
Apenas me observava.
A luz era forte, vinda de um único refletor pendurado no alto, que oscilava às vezes como se estivesse prestes a se ap