Ivy despertou quando a luz do sol bateu em seu rosto, Dante havia deixado a janela e as cortinas abertas na noite anterior.
Ela sentiu um forte cheiro de álcool que dominava o quarto e quando olhou para o lado direito, assustou-se com a cena vista. Dante parecia morto. Vestido com as roupas do dia anterior, com sapatos, e seus cabelos estavam muito bagunçados para uma noite de sono normal.
Com os batimentos acelerados, com medo do que via, ela se aproximou dele, colocou seu ouvido esquerdo no peito dele e a mão direita no nariz, queria ouvir os batimentos e sentir a respiração.
Dante acordou assustado com os movimentos dela. Em um movimento abrupto sentou na cama, empurrando Ivy que rolou da cama e caiu no chão.
Automaticamente uma dor de cabeça o acertou, fazendo ele lembrar da noite anterior.
Ele olhou para Ivy que estava parada no chão com cara de assustada. As mãos dela estavam pousadas na boca, segurando o grito de susto da forma que Dante acordou.
- O que estava fazendo?
- Estava verificando seus sinais vitais.
- Por que?
- Você parecia morto Dante, fiquei com medo.
- Não seja tola, por que eu estaria morto deitado na cama?
- Justamente, por que você estava dormindo na cama com as roupas de ontem? Nem os sapatos você tirou? Bebeu tanto que não conseguiu se trocar?
Ivy já estava nervosa, seu tom de voz já estava se alterando, ficando mais alta e mais fina.
Com certa dificuldade devido ao susto, ela conseguiu se levantar do chão, com a respiração ofegante, ela encarava Dante que mesmo vendo ela caída, não se mexeu para ajuda-la.
- Está gritando por que?
- Como porque? É o nosso segundo dia de casados e você acorda desta forma?
- Abaixe a voz, não sou obrigado a ouvir seus berros logo de manhã.
- Não vou abaixar. Eu não pedi para você beber mais.Qual foi o motivo de você beber tanto assim? Por que você estava tão triste ontem?
- Já falei que não é da sua conta.
- Como não? Você está parecendo um condenado a pena de morte, nem parece que acabamos de nós casar.
- Já chega! Você quer continuar gritando, faça isso sozinha.
Dante levantou e entrou às pressas no banheiro. Tirou as roupas e sapatos, ligou o chuveiro. Ficou ali por um longo tempo, a água fria diminuiu a dor de sua cabeça, mas não eliminou.
Saiu do chuveiro, seu estômago estava embrulhado, vomitou mais do que imaginava que podia, a dor na cabeça aumentou novamente. Suas pernas estavam tremendo, ele precisava se alimentar depois do porre da noite anterior.
Escovou os dentes, penteou o cabelo, e saiu do banheiro enrolado na toalha de banho.
Encontrou Ivy já pronta, vestida e penteada. Ela aguardava apenas ele sair do banheiro para escovar os dentes.
Ela estava com o semblante fechado, estava com raiva do que aconteceu se manteve quieta, esperou ele se vestir.
Desceram para tomar café da manhã, Ivy não olhava para ele, ela estava tensa e sua cabeça bastava embaralhada.
E em sua mente Dante agradecia pelo silêncio.
Seu rosto estava inchado, do choro e da bebedeira. Ele usava óculos escuros e um boné. A cara de ressaca não poderia ser reconhecida.
A tensão entre os dois durante a refeição estava tão densa que poderia ser cortada com uma faca.
Ivy se sentia perdida e desapontada, ela sonhou tanto com este casamento e viagem e até o momento, nada do que ela planejou estava dando certo.
Ela levantou da mesa e saiu sem dizer nenhuma palavra.
Estava se sentindo desconfortável, resolveu sair sozinha, afinal antes só do que mal acompanhada.
Andou, andou, pensou e quando percebeu, já era o anoitecer, ela tinha rodado o dia todo sozinha e nem por uma vez teve notícias de seu marido.
Dante aproveitou que ela estava fora e voltou para o quarto, tomou um analgésico e voltou para a cama. Ele estava indisposto e agradecia a oportunidade de estar sozinho por tanto tempo.
Nem por um momento, passou por sua mente que Ivy estava sozinha em um país desconhecido e que algo poderia acontecer com a bela jovem inocente.
Ivy voltou ao hotel, foi até o restaurante local e jantou sozinha, manteve o silêncio entre os dois, ela pensava em como as coisas estavam até então e chegou a conclusão que seria besteira continuar a viagem, era explícito que Dante não queria estar ali, que algo incomodava e que estar com ela o desagradava.
Ela subiu para o quarto e encontrou Dante dormindo, ele estava à vontade, como ela nunca viu.
Estava deitado de bruços, com os braços abraçando o travesseiro, estava apenas com a cueca box, deixando seu corpo todo exposto.
Ela nunca teve a oportunidade de apreciar aquela bela visão. Seu corpo era definido, suas costas eram largas e definidas. Suas coxas eram grossas e panturrilhas trabalhadas.
Ela sempre soube que ele treinava, mas nunca viu o resultado do treino.
Além do hipismo, Dante gostava de lutas, mas Ivy nunca teve a oportunidade de ver ele lutar.
Ele tinha uma tatuagem no lado esquerdo das costas. Ícaro perto do sol. Uma tatuagem com uma mensagem sigilosa. Mais um detalhe que era desconhecido para ela.
Ele virou, ficando de barriga para cima, a visão da frente era ainda melhor que as costas. Seu peitoral e abdômen definidos eram perfeitos. Seu oblíquo bem trabalhado conduzia a visão de Ivy para a cueca box branca. O volume ali era grande o que fez a garota inexperiente ficar surpresa com o que via.
Ela sentiu as bochechas e orelhas queimarem. Seu coração acelerou. Ela não sabia o que estava acontecendo.
Ela tinha vontade de toca-lo, beijá-lo e abraçá-lo, explorar cada centímetro de seu corpo, mas se conteve, não sabia qual seria a reação dele, mas evitaria um novo conflito.
Em silêncio, entrou no banheiro, encheu a banheira e entrou, queria relaxar , mas a imagem de Dante não saia de sua cabeça, seu coração não se acalmava.
Com seus olhos fechados ela tentava se acalmar sem êxito, e sem que percebessem, suas mãos trêmulas que estavam em seu peito, começaram a descer em seu corpo.
Sua mente começou a fundir as imagens que ela viu com uma criação esperançosa. Ouvia a voz dele chamar por ela, pedindo para ela sentar no colo dele.
O calor em suas bochechas tomou conta de todo o seu corpo e logo tudo estava quente como brasas vivas.
Ela sentiu uma necessidade inexplicada, uma urgência desconhecida. Um sentimento avassalador.
Seu corpo aclamava pelo toque, ela não sabia o que estava sentindo, mas queria mais, sua pele estava arrepiada, e sua respiração estava pesada.
Ela abriu os olhos assustada, olhou para a porta, verificou que estava trancada, inspirou profundamente, colocando as mãos no rosto. A tentativa foi em vão, ela não conseguia acalmar o seu corpo. Ele aclamava por mais, muito mais.