Um ano havia se passado desde que Lorenzo deixara a casa. A vida seguira em outro ritmo, outro tom — mais calmo, mais centrado. Isabela agora tinha 28 anos e, enfim, sabia o peso e a leveza de caminhar sozinha.
Aurora dava seus primeiros passos, caindo e levantando entre risos e pequenas teimosias. Valentina completava quatro anos e parecia cada vez mais curiosa, inteligente e cheia de opiniões. As duas eram o centro da vida de Isabela — mas não o único.
Depois de terminar o curso de gastronomia, Isabela abriu uma pequena cafeteria na mesma rua da antiga padaria onde tudo começou. "Café Aurora" era o nome estampado na placa de madeira clara com letras delicadas. Um espaço acolhedor, com cheiro de bolo recém-assado, violões country tocando ao fundo e plantas penduradas em macramês.
A clientela logo se formou. Gente simples, turistas perdidos em Londres, mães com filhos pequenos, estudantes. Isabela sorriu como nunca ao servir o primeiro café da manhã. Ali, ela não era apenas uma mulher