O Fundo do Poço
A queda de Lorenzo não foi repentina. Foi lenta, dolorosa e visível para quem quisesse enxergar. Após o fim com Dominique e a distância irreparável de Isabela e das filhas, ele já não era o homem que dominava os becos sombrios de Londres com um simples olhar. Era apenas uma sombra, uma memória da força que um dia representara.
A primeira perda foi a confiança. Seus aliados, homens rudes que prezavam a firmeza e a honra entre criminosos, começaram a cochichar pelas costas. Massimo, seu braço direito por quase uma década, foi o primeiro a se afastar.
— Você não está mais com a cabeça no jogo — disse ele, numa reunião silenciosa, entre charutos apagados e copos esquecidos. — Está deixando tudo escorrer pelos dedos.
Lorenzo, com olhos vermelhos e a mandíbula cerrada, não respondeu. Apenas se levantou e saiu, sem dizer uma palavra. Sabia que Massimo estava certo. Já não pensava em estratégias. Não confiava mais em ninguém — nem em si mesmo.
Depois vieram os erros. Transaçõe