Próxima parada, Amor!
Próxima parada, Amor!
Por: Jean gomes
A chegada

Outono de 2018 

    Uma palavra que definiria a vida de Kaio, era: imprevisível. 

   Tudo começou quando ele se mudou para uma grande cidade na capital de São Paulo, que, para o rapaz sonhador era como ir a New York, mas convenhamos é bem diferente, é tipo comparar rio com praia, há mais areia para o pequeno caminhãozinho. E pra não ficar surpreso de como o rapaz era sonhador, ele parou na paulista e suspirou admirando aqueles prédios enormes, como nos filmes com uma pegada  teen que passavam na sessão da tarde. 

      

   Kaio, veio a São Paulo, para cursar administração. E ele poderia muito bem, fazer em sua terra natal. Alagoas. Mas preferiu com a ajuda de sua família, vir à grande metrópole. Sua mãe foi a primeira a apontar a besteira que seria gastar mais dinheiro, porém seu pai era gamado no filho mais novo, então não hesitou muito. Foi aí, que ele chegou na selva de pedra. 

   Dali em diante, as coisas aconteceram rápido e logo ele estava na entrada dos apartamentos que ele havia alugado um quarto. E mais uma vez, ele lembrou de como dona Lúcia — sua mãe — disse que era luxo demais para um jovem que, segundo ela, nem havia saído das fraldas, porém Kaio já tinha tirado a fralda, e feito muito mais que isso, se é que entendem. Após sua rápida identificação na portaria, ele subiu de elevador ao andar seis, parando na porta número trezentos, ele estava tão nervoso que até ensaiou algumas vezes como falaria com o/a possível morador/a que tinha lhe alugado o quarto. 

   Fora instantâneo.

   Sua boca abriu e fechou algumas vezes, ao ver o o homem que lhe atendeu, ponto importante: Kaio era gay, não assumido, mas era muito gay. Então ele tentava de alguma maneira se esconder no armário, mas em algumas vezes, como essa, ele não conseguia. 

ᅳ Olá, posso ajudar? ᅳ O morador falou. Seus olhos castanhos claros, os olhos puxados, o nariz arrebitado, rosto pequeno com sua mandíbulas acentuada, cabelos negros caídos sobre seu ombro. Ele parecia um desenho animado ᅳ Oi?

ᅳ Ah, olá. Desculpa.... Minha mãe alugou um quarto neste quarto. Quer dizer, nesse apartamento. ᅳ Ele enrugou o nariz, ficava todo enrolado quando nervoso. E depois engoliu em seco ᅳ Sou... Kaio.

ᅳ Josué. Mas me chamam de Josh. Entra, ela falou que você viria hoje. Não repara a bagunça. ᅳ Ele abriu a porta e deu passagem para o novo morador. Fechando logo após. ᅳ Eu acabei esquecendo... Do contrário eu tinha ido te buscar.

ᅳ Quê isso... Tudo bem. Eu queria mesmo ficar nervoso com essa cidade enorme. ᅳ Brincou. E Josh sorriu. ᅳ Bom, aonde é o quarto?

ᅳ Ah, claro. Vem eu te mostro.

  Kaio, só agora pode respirar mais tranquilo, pois sentia que sua respiração estava rarefeito depois de ter visto o rapaz que lhe acolhia. Torcia para que o homem não tivesse percebido seu penhasco por homens assim de cara, do contrário ele estaria lhe achando um carente. Uma hora ele iria saber, é claro, mas não queria passar essa primeira impressão, de que estava babando nele. 

   Não agora. 

ᅳ Ele é do mesmo tamanho que o meu. Espero que goste. ᅳ Josh, disse destravando a porta e abrindo. ᅳ Você pode decorar do jeito que quiser. Se for trazer animal vivo pra dentro do quarto me avisa antes, tá?

ᅳ Por que eu tô sentindo que isso é um trauma? ᅳ Kaio, perguntou encarando o outro.

ᅳ Acordar com um jiboia enrolada em seus pés não é um belo bom dia.. ᅳ Josh, coçou sua nuca. Vendo o outro arregalando os olhos. Fora realmente assustador.ᅳ É tem gente louca pra todo lugar.

ᅳ Oh se tem! Mas fica tranquilo, não irei trazer não! ᅳ Kaio deu as costas ao outro, portando um sorriso ao ver a vista que o qaurto dele tinha.

   As cores pastéis que o céu ganhava, com o fim de tarde. Alaranjado e com um tom rosé, as nuvens pareciam uns algodão doce pairando acima dos prédios, ele sorriu ladino, suspirando. O que não passou despercebido por Josh, que se aproximou do jovem admirando as nuvens. 

ᅳ É lindo não é? A parte do dia que eu mais amo. Só perde para o nascer do sol, visto da terra nascente.

ᅳ Bem que eu percebi, que você era asiático. Japão?

ᅳ O olho puxadinho me entregou não foi? Sim, Japão.

  Josh, olhou nos olhos do outro, que estava a alguns  centímetros abaixo dele. Viu uma cor rubro brotar nas bochechas do seu companheiro de apartamento de agora em diante. Então lhe deu um sorriso, ele devia estar envergonhado por causa do assunto,  e se virou pra sair mas parou na porta, com as mãos na maçaneta para então dizer: 

ᅳ É bom te ter aqui, Kaio. ᅳ Josh deu uma piscadela e então saiu.

ᅳ MEU DEUS! Calma.... ᅳ Kaio sentou na cama com uns lençóis branquinhos enquanto colocava as mãos em seu peito, verificando seus batimentos cardíacos, que estavam acelerados, sentia que seu coração alguma hora saltaria pela boca. ᅳ que eu vou fazer pra não surtar? Por que eu vou.

   Ele se jogou na cama e sentiu que a partir dali sua vida iria melhorar. Iria dar um glow UP, daqueles digno de beleza renovada no programa da Eliana. Qual era a probabilidade, de que, um dia estaria morando com um gato daqueles? Nenhuma. Imprevisível, mas que ele tinha amado essa nova fase de sua vida. E que lhe daria muito, mais muito o que fofocar pra sua bestie. 

   Mas as coisas não eram assim tão rápidas ou dessa forma sonhadora que ele estava lidando. Só então percebeu que ele estava pensando demais em probabilidades, em vez de agarrar ao que realmente importava: ele estava na cidade que ele sempre quis, estava prestes a entrar em uma universidade de outro estado e... Morando com um gato. 

 Ele não iria superar isso tão cedo

Ele sorriu olhando para o teto, e correu para abrir suas malas e então arrumar suas coisas, mas o que fez foi espalhar suas roupas no guarda roupa, fez uma anotação mental que deveria comprar alguns produtos de higiene, e ligar pra sua mãe esse era o mais importante de todas as outras coisas, e está ele deveria fazer com urgência, ou praticamente seria decapitado. E não era exagero.

   Enfim, sua aventura tinha começado. 

  Assim mandou uma mensagem para sua melhor amiga, e ligou para sua mãe.

ᅳ Oi mãe, cheguei bem. ᅳ O filho falou assim que a mãe atendeu pois ele sabia que a primeira pergunta seria essa. ᅳ Está mais tranquila?

ᅳ Agora estou, meu filho como foi sua viagem? Seu companheiiro de apartamento é legal? ᅳ A mulher perguntou.

ᅳ É ótimo, ele é mais que legal. ᅳ Ele falou lembrando de sua visão de antes que teve do homem.

   Falou alguns minutos e tranquilizou a sua progenitora, dizendo está bem e que chegou a salvo. A aventura de novo universitário, de um novo morador, de uma nova pessoa, havia começado. E parte dessa aventura, havia começado a muito tempo quando ele sonhou está cursando seu curso em outro estado, morando em outro estado, o pequeno Kaio surtaria se ele visse onde o Kaio chegou, ele tinha realizado um de seus sonhos.

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