RAFAELLA MARTINI NARRANDO.
ITÁLIA.
Chegar em casa depois daquela conversa foi como atravessar um portal para um mundo de dor e confusão. Cada passo que eu dava em direção ao meu quarto parecia pesar uma tonelada. Subi as escadas devagar, sentindo o peso das revelações e das mentiras caindo sobre mim como uma chuva torrencial.
Ao entrar no quarto, fechei a porta atrás de mim, como se pudesse deixar toda a dor do lado de fora. Mas ela me seguiu. A dor sempre segue. Me dirigi ao banheiro, me trancando lá dentro. O espelho refletia uma imagem de desespero. Me encostei na porta e desci lentamente, até que as minhas pernas cederam e eu me sentei no chão frio. E então, as lágrimas começaram a cair.
Chorei como nunca havia chorado antes. Chorei pela minha mãe, por tudo o que ela sofreu. Chorei pelas mentiras que o meu pai contou, pela forma como ele permitiu que Celina nos destruísse. Chorei pela menina que eu fui, sempre tentando entender por que a minha vida era um caos.
Lágrimas corriam pe