Emily narrando…
 Acordei com os raios de sol invadindo o quarto, mas estranhamente, a cama estava fria ao meu lado. Estiquei o braço, ainda meio sonolenta, mas o espaço onde Gabriel deveria estar estava vazio. Senti uma pontada de ansiedade no peito, mas logo me levantei, puxando o robe para me cobrir.
 “Ele deve estar em algum lugar pela casa”, pensei, enquanto caminhava descalça pelo corredor. O cheiro de café fresco e algo doce no ar me guiou até a cozinha.
 Lá estava ele, de costas para mim, com o avental amarrado de forma desajeitada sobre a calça de moletom. Ele cantarolava baixinho uma música que eu não reconhecia, enquanto mexia em uma frigideira. A mesa já estava posta: frutas, pão fresco, geleias, e ao lado de uma jarra de suco, uma florzinha solitária num copo improvisado como vaso.
 — Bom dia, dorminhoca — ele disse, sem nem olhar para trás, como se tivesse sentido minha presença.
 — Bom dia — respondi, um sorriso bobo se espalhando pelo meu rosto. — O que é tudo isso?
 El