A vontade de Kassandra era ligar para Rubian. As palavras de Valentino ecoavam na cabeça dela como uma ferida que não cicatrizava, e a dúvida a consumia em silêncio. Passou horas remoendo cada frase, cada insinuação, tentando entender se tudo aquilo não passava de intriga. No fundo, ela não acreditava que ele fosse capaz de fazer algo tão terrível. Queria vê-lo, encará-lo, ouvir da boca dele. Mas o medo a impediu.
Aquela noite foi longa, arrastada e solitária. Kassandra não conseguiu dormir nem por um instante. O coração pulsava pesado, o corpo cansado e a mente atormentada. Cada ruído no apartamento parecia um aviso, cada sombra no corredor, uma ameaça. O medo de que alguém aparecesse ali, de madrugada, para machucá-la, a deixou em alerta. Às quatro e meia da manhã, tomada pela angústia, pegou o celular e escreveu para Rubian:
"Oi, espero que esteja tudo bem com você e sua família. Você não entende os meus motivos e não me deixa conversar, contar tudo. Não quero que nada disso afete