Capítulo 6

Kassandra foi surpreendida com a visita de Yágilla. Ainda sem jeito, disse:

— Você quer entrar? Só não repara na bagunça.

Yágilla respondeu:

— Só um pouco, estou com pressa e não quero te incomodar.

Ela entrou e sentou no sofá. Kassandra ajeitou as almofadas para ela, pois a sala estava toda desarrumada por causa da faxina. Assim que sentou, Yágilla perguntou:

— Tem alguém aqui com você, querida?

Ela respondeu que não. Yágilla disse, surpresa:

— Então é você que está fazendo faxina?

Ela balançou a cabeça que sim. Yágilla respondeu em tom de desaprovação:

— Menina, não faça isso, você precisa repousar. Não tem uma semana que fez cirurgia, você devia estar na cama.

Kassandra perguntou, apreensiva:

— Como você soube que eu passei por uma cirurgia?

Yágilla respondeu:

— O Valentino me contou que te deu uma carona até o hospital, e nós fomos até lá saber de você naquela noite mesmo. Sinto muito pela sua perda!

Kassandra disse:

— Entendi... Fico até sem jeito com você, Yágilla. Obrigada mesmo de coração.

Yágilla pegou na mão dela e falou:

— Sei que pode parecer estranho, a gente não se conhece, mas eu não sei... Poxa, não acho a colocação correta para falar com você!

Kassandra não estava entendendo nada e disse, com os olhos já se enchendo de lágrimas:

— Como assim? Você está falando das coisas que me disse no outro dia que esteve aqui, não é?

Yágilla respondeu séria:

— Por que você se submeteu a isso? Passar por empregada na sua própria casa? Pode confiar em mim. Tenho certeza que está mal.

Kassandra deixou uma lágrima cair e limpou os olhos rapidamente, respirou fundo e respondeu:

— Não sei nem o que te falar... Não posso falar!

Yágilla a abraçou e começou a contar:

— Quando eu era mais nova, tive um relacionamento ruim.. Eu não tinha amigos, ele me levava e me buscava na escola todos os dias, controlava tudo, me maltratava demais.

Ela estava falando quando Andy chegou, abrindo a porta da sala e tropeçando, chutando o balde de propósito. Ele já chegou gritando:

— Por que você larga tudo no meio do caminho, Kassandra?

Quando ele viu que Yágilla estava lá, ficou branco pálido, falou boa tarde e pediu desculpas a ela pelo mau jeito. Yágilla disse que estava passando por perto e resolveu fazer uma visitinha. Ele disse que era bom, porque ela estava muito sozinha mesmo, triste pela perda do bebe. Ele percebeu que Kassandra estava chorando.

Ela perguntou a Yágilla:

— Você quer uma água ou um café?

Ela disse que não, que já estava de saída, desejou melhoras e falou para Andy:

— Elai precisa de repouso, viu? Cuida bem dela, Andy! São 30 a 60 dias de repouso.

Ele foi super simpático, acompanhou-a até a porta e já voltou olhando Kassandra com ódio. Ela estava sentada no sofá. Ele se aproximou e falou, parado de pé na frente dela:

—Você falou alguma coisa?

Ela falou a verdade, que Yágilla foi sem ser convidada, e que ela não disse nada sobre ele, sobre eles. Ele respondeu:

— Se você atrapalhar o meu negócio, você vai se arrepender.

Kassandra começou a chorar e falou que não tinha dito nada, não tinha interesse em fazer nada contra ele, porque ela acreditava que tudo o que se fazia na vida, um dia voltava. Ele respondeu:

— Então você merece tudo o que está passando!

Ela não respondeu, levantou-se para ir deitar no quarto. Ele foi atrás e disse para ela terminar de limpar a casa logo. Ela disse que estava com dor e depois terminaria, foi fazendo tudo devagar e terminou de limpar. Pensou muito em ligar para Yágilla, precisava conversar, desabafar com alguém, mas achou essa relação muito perigosa. À noite, Andy perguntou novamente se ela tinha contado algo. Ela disse que não.

No dia seguinte, Kassandra já acordou com febre, os pontos sangrando. Andy estava tomando café. Kassandra foi à cozinha e disse que não estava bem, pediu para ele a levar ao hospital quando fosse trabalhar. Ele disse que não dava tempo, porque tinha compromisso, deu-lhe dinheiro para ela ir sozinha e já saiu.

Ela foi sozinha e não estava aguentando mais tudo. Quando chegou em casa, resolveu ligar para Yágilla. Disse que não estava bem.

Yágilla a convidou para ir à casa dela para conversarem melhor e disse que mandaria um carro buscá-la. Ela negou. Yágilla perguntou se ela não tinha família, quis saber por que ela morava lá. Kassandra contou que havia perdido os pais adotivos e que não estava conseguindo um trabalho. Yágilla se propôs a ajudá-la a conseguir, mas explicou que, recém-operada, teria que esperar pelo menos um mês. Começaram a trocar mensagens às vezes, nada demais.

Cerca de vinte dias depois, era um sábado. Andy saiu, muito arrumado e cheiroso. Kassandra pensou que, com certeza, ele foi atrás de mulher. Ela já estava dormindo no quarto de empregada novamente, de madrugada, ouviu barulho: Andy chegando, derrubando a casa. Ela voltou a dormir e cedo, quando levantou, Andy estava dormindo na sala, pelado, abraçado com uma moça.

Kassandra tirou uma foto dos dois. Os dois estavam desmaiados, nem se mexeram. Kassandra deixou todas as portas abertas para mostrar que viu, arrumou-se e saiu. Ligou para Yágilla. Era domingo de manhã. Yágilla atendeu e perguntou se estava tudo bem.

— Não está — Kassandra disse, chorando.

— A gente pode se encontrar?

Yágilla disse que a encontraria e perguntou onde ela estava.

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