Aquele e-mail programado era a minha sentença para Antônio e também o adeus final ao nosso casamento.
Enquanto o mundo dele desmoronava, eu já estava em uma pequena cidade litorânea. Tudo que pertencera ao passado ficara a milhares de quilômetros de distância.
Aqui não havia Grupo Rodrigues.
Não havia Antônio.
Havia apenas um quarto simples e uma janela com vista para o mar.
Adotei um novo nome: Fabíola.
A Tainá que caminhava sempre com cautela, medindo cada passo, tinha sido enterrada por minhas próprias mãos. Escondi-me ali, invisível para o mundo, pronta para terminar sozinha o resto da minha vida.
No começo, quase não conversava com ninguém. Minha rotina se resumia ao café da esquina e ao apartamento. Os moradores da pequena cidade me viam como uma forasteira silenciosa e, intuitivamente, mantinham distância. Era exatamente essa quietude que eu desejava.
Antes, eu acreditava que felicidade era um brilho de joias, era saber me mover com elegância nos salões da alta sociedade. Mas ag