No dia seguinte, o contato me enviou, por iniciativa própria, a última mensagem. Era um link de notícia sobre Antônio. A matéria dizia que o herdeiro do maior império empresarial estava há meses sem aparecer em público e que todo o trabalho do grupo tinha sido repassado ao assistente.
Junto ao texto havia uma foto tirada de longe.
Antônio estava sozinho à beira de um penhasco, a silhueta abatida, o olhar completamente vazio.
Fiquei olhando para a imagem.
Não senti ódio.
Não senti satisfação.
Apenas um silêncio morto dentro do peito.
Pelo visto, o arrependimento dele talvez fosse real.
Mas… E daí?
Eu não queria voltar a ser a esposa usada como escudo, muito menos ser a redenção de alguém que só aprendeu a me amar tarde demais.
— Srta. Fabíola.
A voz do cliente habitual soou ao meu lado. Ele aparecera novamente naquele dia. Estendeu para mim uma pasta com acabamento impecável.
— Eu não vou. — Respondi antes mesmo de olhar.
— Por quê? — Ele questionou sem agressividade, apenas sincero. —