- Você desceu na hora certa. Preparei um prato de massa de trigo para você. Pode comer no quarto ou na sala de jantar, como preferir.
Miguel piscou os olhos e sorriu:
- Prefiro comer no quarto.
- Tudo bem então, tome aqui, leve você mesmo.
Maria entregou a massa de trigo a ele e saiu sem olhar para trás.
Mas Miguel de repente a chamou:
- Na verdade, tenho uma pergunta para te fazer.
Maria olhou para ele:
- O que é?
- Você não odeia o Dudu? Ontem à noite, ele teve uma infecção no ferimento e começou a ter febre. Você não precisava se importar com ele e deixá-lo se virar sozinho. Seria melhor, então por que você...
- Se ele morrer, como vou provar minha inocência para ele? Como vou fazê-lo ajoelhar-se diante de mim e se arrepender? Como vou fazê-lo implorar para que eu aceite o seu tratamento?
Maria falou com uma expressão fria, como se seu coração já estivesse morto há muito tempo.
Miguel olhou impotente para ela:
- Tem certeza de que tem tempo suficiente para fazer todas essas coisas?