- Se você é tão valente, me mate!
Ela detestava essa sensação de confinamento, como estar em uma prisão, que apenas a deixava sentir sufocada e desesperada.
Eduardo a olhou friamente, de repente se levantou e levantou seu tornozelo ferido, então tirou um frasco de medicamentos do bolso.
Percebendo o que ele queria fazer, Maria retirou o pé com força e ironizou:
- Não finja ser tão compassivo.
- Maria!
Eduardo pronunciou seu nome entre dentes, veias pulsantes na testa de raiva.
Maria olhou-o ironicamente:
- Você tem medo que eu morra de dor, e não terá a chance de me torturar mais, não é? Pois então, não vou fazer o que você quer.
- Muito bem! Ótimo!
Eduardo sorriu sarcasticamente e, de repente, jogou o frasco de medicamento nela:
- Você quer morrer? Então morra!
A porta foi novamente fechada com força. Maria olhou para a bagunça no chão, sentindo-se irônica e triste.
Se ele a odiava tanto, então deixe-a se autodestruir. Esse fingimento era realmente ridículo!
...
Noite.
Maria chutava a porta com força, gritando sem parar.
Como aquele homem não a deixava ir, ela faria barulho suficiente para que ele não conseguisse dormir.
Ela acreditava que ele se cansaria e a deixaria ir.
Com esse pensamento em mente, ela chutava ainda mais forte, seus gritos ficando cada vez mais altos.
No quarto das crianças.
José franziu a testa, pensando:
- Parece que papai tem uma relação especial com aquela tia. Talvez ela tenha algo a ver com a mamãe. Vou perguntar a ela amanhã.
Ao ouvir os gritos que soavam como o uivo de um lobo, Ana se agarrou ao braço de seu irmão, com medo:
- Mas eles dizem que a tia é louca, ela realmente poderia ter algo a ver com a mamãe?
- Descobriremos quando perguntarmos amanhã.
...
Dia seguinte.
- Senhor, as crianças... não querem ir para a escolinha.
Logo pela manhã, o mordomo trouxe as duas crianças e disse cuidadosamente a Eduardo.
Eduardo esfregou as têmporas, sentindo-se dolorido. Aquela louca tinha gritado a noite inteira, e ele estava tão furioso que não conseguiu dormir.
Ele olhou pacientemente para as duas crianças.
- Por quê?
Ana apontou com o dedinho, dizendo com voz infantil:
- Na escolinha, sempre fazemos os mesmos jogos, não é divertido, Ana não quer ir.
Eduardo olhou para José.
José ergueu a cabeça, e disse friamente:
- Eu posso fazer os trabalhos da escolinha antes mesmo de a professora ensinar, por que eu deveria ir para a escolinha? É infantil demais!
Eduardo massageou a testa com uma dor de cabeça. Ele, Eduardo, poderia ter tudo o que queria, exceto lidar com essas duas crianças.
Ele engoliu sua irritação e disse gentilmente:
- Não importa o quão simples sejam os trabalhos da escolinha, ou o quão chatos sejam os jogos, vocês têm apenas cinco anos e precisam frequentar a escolinha.
- Eu não quero.
Ana franziu a testa, o rosto cheio de teimosia, parecendo muito com aquela mulher.
Lembrando-se da teimosia daquela mulher na noite anterior, sua expressão gradualmente se escureceu.
Foi quando a empregada trouxe o café da manhã.
O mordomo apressou-se em dizer:
- Senhor, não se irrite com eles. É melhor tomar seu café da manhã. Você ainda tem que ir para a empresa mais tarde, não deve atrasar os assuntos importantes.
Eduardo respirou fundo, como se estivesse suprimindo sua raiva.
Ele escolheu dois sanduíches e um copo de leite, e instruiu a empregada:
- Leve para o sótão.
José, ao lado, moveu seus olhos e rapidamente se aproximou de Eduardo:
- Papai, minha irmã ainda está triste por ser intimidada ontem, podemos não ir para a escolinha hoje?
Ao ouvir isso, Eduardo olhou instintivamente para Ana, e de fato, a pequena estava com os lábios puxados para baixo e os olhos vermelhos.
- Eles sempre dizem que eu não tenho mamãe, eu não quero ir para a escolinha.
Ele estava um pouco irritado, mas vendo a expressão miserável da menina, ele não pôde deixar de se sentir comovido.
Suspirando com resignação, Eduardo disse:
- Tudo bem, então vocês dois fiquem em casa e não corram por aí. Papai vai voltar mais cedo hoje.
- Sim, sim.
- Obrigado papai, você é o melhor.
Ana imediatamente sorriu através de suas lágrimas, enquanto José girava seus olhos brilhantes, sem saber o que estava pensando.
Assim que Eduardo saiu, José afastou o mordomo e levou Ana até o sótão.
Ana perguntou, curiosa:
- Irmão, por que papai trancou a tia no sótão?
José balançou a cabeça, mas foi exatamente por isso que ele achou que aquela tia tinha uma relação incomum com o papai. Talvez ela realmente tivesse algo a ver com a mamãe.
Com esse pensamento, o pequeno se sentiu excepcionalmente animado.
O sótão no topo era remoto, Ana torceu a maçaneta da porta, mas não conseguiu abri-la.
- Irmão, a porta está trancada, não conseguimos entrar.
- Não tenha medo, o irmão tem um plano.
José falou e deslizou uma tampa acima da fechadura, e os botões do cadeado digital apareceram diante deles.
Ana exclamou surpresa:
- Irmão, como você sabia que essa porta tinha um cadeado digital?
Depois de dizer isso, ela parecia desapontada:
- Mas nós não sabemos a senha.
José inclinou a cabeça e pensou:
- O irmão vai tentar primeiro, se não funcionar, vou perguntar ao Antônio.
- Acho que Antônio também não saberá.
Mal Ana acabou de falar, um som suave soou, e o cadeado digital realmente se abriu.
Ana olhou para José com um olhar de surpresa e admiração:
- Irmão, como você sabia a senha? Incrível.
- O irmão também estava adivinhando.
A senha que José digitou era 940207, ele não sabia que era a senha dessa porta, só sabia que tinha visto esse número no caderno de seu pai. Pensando que esse número deveria ser muito especial, ele tentou e inesperadamente abriu a porta.
O sótão estava escuro, a janela já havia sido selada por Eduardo na noite anterior.
Ana estava um pouco assustada e agarrou o braço de seu irmão.
- Irmão, o que nós fazemos se a louca tentar nos bater?
- Não tenha medo, o irmão vai te proteger.
- Quem?
Justamente nesse momento, um grito trêmulo assustou os dois pequenos.
José reuniu sua coragem e procurou o interruptor na parede para acendê-lo.
A luz do dia invadiu instantaneamente o sótão.
Maria instintivamente cobriu os olhos com a mão, demorou um pouco para se adaptar. Quando finalmente retirou a mão, viu de imediato duas crianças lindas de pé não muito longe.
E quando José viu claramente o rosto de Maria, um traço de surpresa brilhou em seus olhos cristalinos.