O mundo ao meu redor parecia distante, como se eu estivesse presa em um pesadelo do qual não conseguia acordar. Minha respiração estava rasgada, ofegante, e minha mente girava em pensamentos desconexos. O fogo… a fazenda… o corpo…
Tudo aquilo parecia um cenário surreal, como se nada fosse real, mas a dor no meu peito me dizia o contrário.
Henrique me segurava firme, sua mão forte me mantendo de pé enquanto eu tentava processar o que tinha acabado de ouvir. Meu peito subia e descia rapidamente, como se o ar estivesse escapando por entre os meus dedos, e o peso da notícia me fazia vacilar.
Eu não conseguia focar em nada ao meu redor. Apenas o som do meu coração batendo parecia preencher o espaço.
De repente, ouvi o barulho de pneus derrapando na terra seca, quebrando o silêncio pesado da manhã. Os outros tinham chegado.
— Cíntia! — A voz de Carol foi a primeira a me alcançar. Ela saiu do carro às pressas, os olhos arregalados, e o pânico estampado no rosto. Antes que eu pudess