O sol ainda não havia nascido quando Melia abriu os olhos. O apartamento de Juno estava mergulhado em um silêncio pesado, quebrado apenas pela respiração leve da amiga, que dormia enrolada em um cobertor ao lado de Melia. Estavam deitadas num emaranhado improvisado de cobertores cada uma com um travesseiro velho, e ela nem se lembrava de quando havia adormecido, apenas chorou até pegar no sono depois de se impar de todo aquele sangue.
Melia se levantou devagar, os músculos doloridos da noite anterior protestando com cada movimento. Os cabelos escuros e longos estavam soltos, grudando levemente na pele suada. Olhou para Juno, ainda imersa no sono, e sorriu fraco. Não queria acordá-la, a amiga merecia descansar depois de tudo o que passou com ela na noite passada.
Vestiu-se em silêncio, pegando roupas emprestadas de Juno, um shorts largo, mais curto do que ela costumava usar, e uma blusa folgada que cheirava a lavanda, apesar de serem roupas velhas eram todas bem limpinhas e cheirosas