O sol da manhã entrou timidamente pela janela empoeirada do pequeno quarto, lançando um feixe pálido sobre o colchão vazio. Melia permaneceu imóvel no chão, os dedos escorregando pelas tábuas frias de madeira enquanto seu corpo se cansava das horas de choro. A cabeça latejava, como se cada soluço martelasse contra o crânio, e o cheiro de terra úmida do túmulo recente ainda pairava em sua mente. Seu vestido simples, já amassado de tanto roçar no solo, úmido pelo suor e pelas lágrimas que derramou durante aquelas horas.
Ela só despertou de verdade quando ouviu o ranger da porta do quarto. Por um instante, ficou imóvel, temendo que fosse alguém ali para expulsá-la do apartamento que a mãe conseguira alugar, mas era somente o vento que movia as tábuas soltas. Melia ergueu-se com extrema lentidão, cada músculo protestando. Passou as mãos pelos cabelos escuros, alisou o vestido e caminhou até a cômoda antiga onde guardava o pouco que possuía: uma foto amarelada de Selene sorrindo, o colar de