A casa dormia, ou fingia. Não havia mais sono verdadeiro depois do recado na árvore. A madrugada respirava em suspiros curtos, toda guarda em rodízio, luzes baixas, cheiro de chuva e terra molhada entrando pelas grandes janelas.
Melia não dormiu.
Ficou sentada com as costas coladas na porta trancada, ouvindo a água batendo no teto e nos vidros da janela, contando as batidas do coração como quem procura algum jeito de se acalmar.
Tudo ali no quarto parecia sem cor, sem sentido, e ela só conseguia pensar em como sua amiga poderia estar sofrendo, só conseguia pensar no que Smaill podia estar fazendo com Juno.
Quando já não conseguia ficar parada, levantou.
A garota prendeu os cabelos num coque relaxado e correu para a janela trancada como fez outras vezes durante aquelas horas mas agora mais determinada, ia conseguir, precisava sair dali, não importava como, quebraria o vidro se fosse preciso.
“Não posso ficar mais sentada esperando, minha amiga precisa de mim…”, pensou e Juno realmente