— Você é a única que me restou — murmurou Melia, cabisbaixa.
— Eu tô aqui — respondeu Juno, apertando a mão da amiga. — Vou ficar com você pra sempre somos melhores amigas, lembra?
Elas subiram o morro em silêncio, o único som eram as botas pisando nos pedregulhos. Ao chegarem na rua, Juno pediu um táxi, e as duas entraram. Melia encostou a cabeça no vidro, observando as árvores passarem. O rosto dela ainda estava molhado, mas não era mais chuva: eram as últimas lágrimas que restavam.
***
Quando chegaram ao prédio, o corredor estava vazio. As portas rangiam, as paredes descascadas pareciam prestes a desabar, se reparasse bem, partes do teto já haviam mesmo se soltado da estrutura. Subiram as escadas até o andar de Melia, chegando ao apartamento que agora era só dela. No apartamento, a luz fraca do entardecer entrava pelas frestas das cortinas.
Melia sentou no único sofá, olhando para o chão, Juno fechou a porta e a encarou.
— Então… o que você vai fazer agora? — perguntou Juno, com os