Os olhos de Patrícia cintilaram com desprezo contido.
— Quando você atendeu o telefone e disse que era seu ex e está morando com ela, imaginei que talvez ainda tivesse sentimentos por ela. Que quisesse reconquistá-la. Eu estou enganada?
— Sentimentos? — Augusto riu de escárnio.
— Eu nunca tive sentimentos verdadeiros por Laura, na verdade eu estava de olho nas economias dela e fui capaz de ficar noivo dela para roubar o que ela tinha.
Ele fez uma pausa e depois continuou.
— A única coisa que senti por Laura e que foi realmente genuína, hoje, foi raiva. Ela me tratou como um lixo e praticamente ameaçou me colocar na rua.
— Como assim?
Augusto tomou um gole do uísque antes de responder:
— Porque não tenho pra onde ir. Fui um idiota, Patrícia. Traí Laura com minha secretária, roubei todas as economias dela e fugi para o exterior. A mulher por quem deixei tudo me passou a perna. Me roubou, me abandonou e desapareceu. Eu voltei com o rabo entre as pernas e pedi a ajuda dela. Laura