Heitor hesitou. A vergonha veio como uma onda quente, queimando por dentro. Ele se levantou devagar, caminhando pelo quarto como se procurasse as palavras certas. Finalmente parou, de costas para ela.
— Ontem à noite, depois de sair do seu apartamento… eu fui pro clube de BDSM.
Ela engoliu seco, os olhos arregalados.
— Você foi buscar sexo com outra?
— Não. — disse, virando-se rapidamente.
— Eu tentei. Eu queria afogar o que eu estava sentindo… mas não consegui. Nenhuma mulher me interessou. Eu saí de lá e fui pra um bar. Bebi demais. E… acordei esta manhã… com Patrícia ao meu lado.
Laura ficou imóvel, o sangue gelando nas veias.
— Você tá dizendo… que transou com ela?
— Eu não lembro de nada! — ele explodiu, aflito.
— Juro que não lembro de ter encostado nela. Mas ela disse que sim. Mas agora, depois do que você me contou… eu não duvido que ela tenha me encontrado no bar e colocado algo em minha bebida também.
Laura se levantou lentamente. O coração parecia ter si