Ao abrir, deu de cara com dois homens. O mais velho usava roupa civil, mas carregava um distintivo pendurado no pescoço. O outro, mais jovem, estava uniformizado. Nenhum dos dois sorria.
— Boa noite. — disse o homem do distintivo. — Senhor Heitor Arantes?
— Sim, sou eu. O que houve?
— Sou o delegado Rubens Ferreira, e este é o cabo Oliveira. Precisamos que o senhor nos acompanhe até a delegacia para prestar esclarecimentos.-Ele faz uma pausa para respirar , depois continua.
__ Uma mulher foi encontrada morta ontem à noite, em um clube privado na zona sul da cidade. O dono do local afirmou que o senhor foi a última pessoa vista com ela com vida.
Por um momento, Heitor não soube reagir. Sentiu o chão desaparecer sob seus pés. Uma mulher morta? Clube privado? O dono afirmando que ele foi o último a vê-la? Era como se palavras desconexas tentassem se encaixar em um quebra-cabeça impossível.
Laura, parada a alguns passos atrás, soltou um ar engasgado.
— O quê? — ela sussurrou, os ol