Laura permaneceu em silêncio por alguns segundos, de costas para ele. A respiração ainda descompassada, o corpo nu coberto apenas por uma manta leve, a pele ainda quente pelas marcas deixadas pelo toque de Heitor.
Mas então, lentamente, ela começou a se afastar.
Sem dizer uma palavra, abaixou-se e começou a recolher as roupas espalhadas pelo chão do quarto.O vestido,, o salto caído próximo à poltrona. A calcinha rasgada foi ignorada. Seus movimentos eram lentos, porém firmes. Controlados. Como se tentasse reconstruir sua armadura emocional através de cada peça de roupa recolhida.
Heitor a observava ainda nu, encostado na parede, o peito subindo e descendo, o olhar cravado nela. Ainda sentia o gosto dela nos lábios, o perfume misturado ao sexo impregnado em sua pele. Mas o que mais o inquietava era o silêncio dela. O jeito como estava distante mesmo estando a poucos passos.
Ainda em silêncio,Laura virou-se na direção do banheiro, os olhos frios, a expressão cuidadosamente calcu