Fernando passou a mão pelos cabelos, tentando disfarçar a irritação crescente.
— Foi mesmo a minha mãe que as convidou ? — perguntou, cruzando os braços.
— Claro — respondeu Rosana.
— Ela foi um amor. Disse que seria bom termos todos por perto, como uma família unida que sempre fomos.
Família unida..., pensou Fernando, contendo a vontade de revirar os olhos.
Ele respirou fundo, forçando-se a manter a compostura.
— Se foi minha mãe quem permitiu que ficassem aqui, quem sou eu pra discordar, não é ? Sejam muito bem vindas.
Antes que o silêncio se prolongasse, a voz de Lúcio, o pai de Fernando, soou fraca, porém firme:
— Alice, Rosana… será que podiam me deixar conversar a sós com meu filho?
As duas trocaram olhares rápidos. Rosana assentiu com um sorriso sem graça, mas Alice, antes de sair, não resistiu:
— Pode ficar tranquilo, Fernando. Eu não vou fazer nada pra atrapalhar o seu casamento.
Fernando manteve o rosto impassível, mas por dentro sentia um nó se formar