O entardecer descia lentamente sobre o jardim da mansão Arantes, pintando o céu em tons de pêssego, rosa e dourado. A brisa suave balançava as flores recém-regadas, e o som das risadas infantis enchia o ar com uma alegria viva e contagiante.
  Laura estava sentada em uma cadeira de balanço sob a sombra generosa de uma mangueira, com a pequena Maria Clara aninhada em seus braços, dormindo profundamente. A bebê tinha os traços do pai, a pele clara como a dela, os cabelos escuros como os de Heitor, e uma boquinha rosada que insistia em fazer bico mesmo dormindo.
  Ela acariciava a cabeça da filha com dedos suaves, os olhos úmidos de ternura.
  — Minha princesinha... — sussurrou.
  — Você chegou para completar a nossa família.Completou ela com um sorriso de pura felicidade.
  Do outro lado do jardim, Joaquim e Pedrinho corriam atrás da bola, descalços, rindo alto. Os cabelos desgrenhados, os rostos suados e os olhos brilhando de felicidade pura. Eles pareciam mesmo irmãos. E, no fundo, era