Rubens se aproximou um pouco mais, os olhos cravados nos de Heitor como lâminas.
— Por que não confessa logo, hein? — a voz agora carregava uma nota de provocação.
— Me poupa o trabalho de ter que investigar tudo isso só pra, no fim, descobrir que foi você o assassino de Bruna Santos.
Heitor finalmente respirou fundo, o peito arfando, como se tivesse sido esfaqueado em silêncio.
A raiva, a humilhação, o medo... tudo queimava por dentro, e ainda assim, ele precisava se controlar.
Por isso mesmo Heitor sempre se esforçara para manter sua vida privada envolta em anonimato. Não por vergonha do que era ou do que desejava, mas porque sabia que o mundo ainda era cruel com o que não entendia. Havia muitas pessoas como aquele delegado, rápidas em julgar, lentas em compreender. Gente que rotulava como "perversão" qualquer prática fora do convencional, como se alcançar o prazer de forma diferente fosse crime.
Ele tinha vontade de mandar aquele delegado arrogante e preconceituoso para o in