Mundo de ficçãoIniciar sessãoMeu nome é Marcos Ferrari, tenho 34 anos e nasci em Roma.
Sou empresário, falo inglês, português e francês. Sou o filho mais velho de Luigi Ferrari e Carla Ferrari, e tenho um irmão, o Pietro. Com minha mãe e meu irmão, sempre tive uma relação de muito carinho. Já com meu pai… é complicado. Ele é um homem arrogante, cheio de preconceitos, quer tudo do jeito dele. Diz que ama minha mãe, mas às vezes eu acho que é mais posse do que amor. Ela é uma mulher incrível, uma artista que faz pinturas e esculturas lindas, mas ele nunca deu valor. Sempre dizia que isso era só passatempo, que talento de verdade é raro. Meu pai é empresário, muito bem-sucedido no ramo de automóveis, e o Pietro seguiu os passos dele. Eu não. Comecei meus negócios com a ajuda da minha avó, minha grande parceira. Ela acreditava em mim, no meu sonho. Infelizmente, ela faleceu há quatro anos, e até hoje sinto falta dos conselhos dela. Fui casado. Namorei a Lívia desde a faculdade. Ela era francesa, uma mulher doce, companheira, pelo menos era o que eu achava. A gente se apaixonou ainda jovens, e o que mais me atraía nela era o fato de que ela me apoiava, mesmo sabendo que eu queria começar do zero, sem depender do nome da minha família. Assim que me formei em Administração e Turismo, minha avó, sabendo da minha vontade, se ofereceu pra ser minha sócia. Com a ajuda dela, comprei meu primeiro hotel. Era pequeno, simples, mas reformei e deixei do meu jeito. Deu certo. O lugar era aconchegante, e sem perceber, o sobrenome Ferrari acabou ajudando. Logo comprei o segundo hotel — esse já tinha charme, e só precisava de um toque final. A Lívia tinha bom gosto e cuidou de cada detalhe. Foram quatro anos de muito trabalho e felicidade. Até que um dia… tudo acabou. O telefone tocou numa tarde comum. Do outro lado, uma voz aflita: — Sua esposa está sendo levada pro hospital. Saí sem rumo, desesperado. Cheguei junto com a ambulância. Quando vi a Lívia sendo retirada, coberta de sangue, senti o chão sumir. Corri até ela, e antes de fechar os olhos, ela sussurrou: — Me perdoa… Logo depois, o som do monitor cortou o ar. Os médicos me afastaram e correram. Fiquei parado, sem entender nada. Pouco depois, ouvi duas enfermeiras conversando: — O namorado da moça do acidente não resistiu. Estavam distraídos demais, brincando no carro… uma pena. Elas riram disfarçando, achando que ninguém escutava. Meu amigo Geovani confirmou a história. Naquele momento, eu entendi. A mulher por quem eu daria a vida tinha acabado de destruir a minha. Quando eu estava saindo o médico saiu da sala e disse: — Fizemos tudo que pudemos, mas ela não resistiu. Não chorei. A dor foi tanta que nem lágrima veio. Naquele instante, ela já tinha morrido pra mim. Depois disso, me fechei. Com mulheres, só encontros sem compromisso. Tive um caso rápido, e me arrependi — a mulher me infernizou por meses. Desde então, aprendi a manter distância. Sou um homem de temperamento forte, calculista, e não deixo ninguém ultrapassar o muro que construí pra me proteger. Com os poucos que amo, eu baixo a guarda, mas é raro. Hoje sou dono de uma rede de hotéis, que administro em Florença, onde moro. Meu melhor amigo e vice-presidente, Geovani Neri, é o oposto de mim:É casado , tem uma filha de 2 anos, que inclusive é minha afilhada,ela é linda . Ele tem o jeito sedutor de ser. Somos fies a tudo que amamos . Minha assistente executiva vai se casar e mudar pra Portugal. Em dois meses, preciso encontrar alguém competente pra substituí-la. Não gosto de mudanças, mas parece que a vida tem um prazer estranho em me colocar diante delas.






