Gus
Quando as portas se abriram no andar da pediatria, uma médica a avistou e veio até ela, com cara de pesar.
— Eu sinto muito — disse, abraçando Maya, que me olhou confusa.
— O quê? — perguntou.
A médica obstetra a soltou e encarou-a com olhos cheios de lágrimas.
— As suas filhas tiveram sorte. A polícia já confirmou o óbito de oito criancinhas.
Cale a boca!, minha mente gritou.
O pavor preencheu totalmente a face e todo o resto do corpo da Maya. Ela olhou-me e depois para a mulher à sua frente.
— Onde elas estão?
— Cento e doze.
Maya seguiu para o quarto e, assim que entrou, Mary saltou da poltrona onde estava, correndo para os braços da mãe, que a apanhou no colo.
— Você está bem?
Ela assentiu.
— Eu me escondi no banheiro.
Lágrimas começaram a rolar pela face da Maya.
— Onde está a sua irmã?
— Ela foi levada para um raio-x e deve ir para a sala do gesso em seguida. Foi apenas uma luxação — garanti.
Maya se sentou na poltrona com Mary ainda agarrada a ela.
— Mas o que foi que acont