Quando abri os olhos, percebi que estava na entrada da floresta. Pisquei tentando me lembrar do que havia acontecido e então o uivo ecoou mais uma vez. De alguma forma, aquilo havia me deixado hipnotizada e me feito sair de casa sem nem perceber e vagar pela descida da montanha até entrar nos domínios de Arturo.
Tentei convencer a mim mesma de que estava pronta, de que a conexão que sentia por Arturo poderia superar qualquer coisa. Mas a verdade era que eu não sabia o que estava por vir. E esse desconhecido me aterrorizava.
Quando cheguei à clareira, o vento foi tão voraz que era como se cortasse a pele do meu rosto como uma lâmina, e o frio se infiltrou em meus ossos. Eu senti a presença dele antes de vê-lo. O som de seus passos pesados, o roçar das árvores ao seu redor, um ruído que parecia uma ameaça silenciosa, como se a floresta estivesse se preparando para testemunhar