Ele se desculpou por mensagem também. Pérola respondeu que aceitava as desculpas e tomou aquilo como um aprendizado, embora no fundo estivesse confusa. Klaus a chamou para sair no dia seguinte, mas ela não aceitou. Ao acordar, foi tomar café da manhã e sua mãe, Lucinda, que lavava a louça, perguntou:
— Filha, está tudo bem? Como foi a noite?
Pérola respondeu:
— Sim, legal...
De costas, Lucinda insistiu:
— Só isso? Estou sentindo você triste, é aquele rapaz, filha?
Pérola disfarçou:
— Impressão sua, mãe. Nós somos bons amigos, está tudo bem.
Lucinda se virou para ela:
— Você se perdeu com ele e está com medo de me contar, Pérola? É isso? Ou ele fez algo para você ficar assim?
Com os olhos arregalados, Pérola respondeu:
— Não é nada disso, aí, mãe, eu não esconderia isso da senhora. Credo!
Lucinda começou a aconselhá-la a se prevenir, falando que ela tinha um belo futuro pela frente, estudando tanto. Disse que se aquele rapaz não quisesse nada sério, era para ela tomar cuidado, porque o homem, quando caía na lama, batia a mão na roupa e saía limpo, mas a mulher que caísse na lama ficaria suja por muito tempo. Conselho de mãe é aviso de Deus, e Pérola sempre levou muito a sério ouvir sua mãe. Ela resolveu começar a pensar em cobrar uma posição de Klaus, dar um passo à frente, virar ficante oficial pelo menos, ter aquela conversa sobre "eu só fico com você e você só fica comigo", e talvez se verem com mais frequência. Pérola ficou com tudo aquilo na cabeça, matutando, pensando se tinha chance de virar namoro ou não.
Nos dias seguintes, Klaus continuou conversando com ela normalmente. Na terça-feira, ele pediu para vê-la, e ela aceitou. Ficaram um pouco juntos; ele a buscou depois do trabalho. Pérola estava meio arisca, e ele, com jeitinho e carinho, foi a acalmando até que ela ficasse bem novamente, beijando-o e trocando carícias. Viram-se na quinta-feira também, foram tomar um sorvete diferente em uma feira de doces.
Na sexta-feira, Pérola estava no hospital trabalhando quando aconteceu um acidente grave com várias vítimas. O hospital ficou uma loucura. Ela foi chamada pela doutora Salete. Pérola a encontrou e falou, apreensiva:
— Olá, doutora, você me chamou?
Salete respondeu séria:
— Sim. Estou com uma criança e esse bando de incompetente não está sabendo lidar com ela. Já vi você com crianças e acho bom você resolver esse problema.
Pérola respirou fundo e respondeu:
— Ok, vamos lá, vou fazer o possível, doutora.
Ela sempre teve jeito com crianças, e se a toda poderosa e arrogante doutora pudesse avaliá-la melhor, seria ótimo para Pérola. Deu tudo certo com a criança. Depois, Pérola foi falar com a doutora, que disse que até que ela podia ser útil às vezes, mesmo sendo atrapalhada e desfavorecida. Incomodada, Pérola respondeu:
— A senhora não tem o menor respeito mesmo, né? Não é capaz de agradecer ou reconhecer qualquer esforço meu. Acho bom a senhora tomar cuidado com o que fala para mim, porque da próxima vez que eu ouvir qualquer coisa r.a.c.i.s.t.a e preconceituosa, vou relatar e denunciar a senhora.
Salete ficou olhando para ela com raiva, como se pudesse voar em seu pescoço ali mesmo. Pérola deu as costas sem esperar resposta. No final do seu turno, sua superior a chamou para conversar e perguntou o que estava acontecendo. Pérola perguntou do que ela estava falando. A superior disse que a doutora Salete estava furiosa e faria de tudo para prejudicá-la, alegando mau comportamento, desobediência e insubordinação. Pérola falou que Salete a tratava mal, abusava do poder e era preconceituosa. Sua superior respondeu:
— Pérola, a vida não é fácil mesmo, em todo lugar que você estiver vai enfrentar dificuldades. É a palavra dela contra a sua, na balança, quem você acha que vai ganhar? Quem tem mais a perder? Uma médica renomada, ou você, uma estagiária? Não posso te ajudar mais. Me desculpe!
Pérola começou a chorar de raiva e respondeu:
— E agora? Ela está me perseguindo!
A superior respondeu:
— Ela quer que você se desculpe pessoalmente e, todo o tempo que estiver aqui estagiando, ela te quer na turma dela. Vai para casa, descansa, pensa em tudo certinho, na segunda-feira nós conversamos, ok?!
O hospital estava uma loucura, lotado. Pérola saiu da sala chorando bastante, nervosa, indo para o banheiro de cabeça baixa, com vergonha de ser vista chorando. Trombou com um homem, pediu desculpas sem nem olhar para ele direito. Ele respondeu:
— Pérola?! Está tudo bem? O que houve?
Ela olhou para trás e era Denis, o melhor amigo de Klaus. Pérola respondeu:
— Desculpa, não te vi...
Ele se aproximou, colocou a mão em seu ombro e falou:
— Calma, me fala o que aconteceu?!
Pérola limpou o rosto e respondeu, indo para o banheiro:
— Nada demais, obrigada. Você me dá licença?
Deixou Denis parado ali, sem entender nada. Ficou mais de meia hora no banheiro chorando, pensando no que faria. Tentou se recompor, saiu e foi à diretoria conversar, disposta a pedir para ser dispensada, transferida, qualquer coisa menos continuar lá. Quem ela precisava falar não estava. Pérola se sentou, tremendo muito, nitidamente nervosa. Quando resolveu não esperar mais e já ia levantar, ouviu:
— Oi, você está melhor? A gente precisa parar de se encontrar assim.
Era Denis. Pérola perguntou:
— Assim como?
Ele respondeu, sentando ao lado dela:
— Você chorando. A gente mal se conhece e eu perguntando o que aconteceu. Se não quiser contar, tudo bem, só queria saber se você está legal...
Pérola respondeu:
— Não estou mais, vou ficar. Obrigada.
Quem ela estava esperando chegou, o chefe de lá. Pérola ficou acompanhando Denis com o olhar. Ele perguntou se ela estava esperando o chefe. Ela respondeu:
— Estava, não sei. Você já teve a sensação de que não estava no controle da sua vida?
Ele respondeu:
— Não, eu sou como um desgovernado. Fico atrás do volante, mas acontece o que deve acontecer.
Pérola não respondeu. Ele continuou falando:
— Se você veio até aqui fazer algo e está na dúvida, não faça. Dá para ver que você está alterada, quando ficar calma, aí você decide...
Pérola respondeu:
— É melhor mesmo. Preciso ir embora! Tchau.
Levantou e foi para a loja, chegando lá atrasada e levando bronca duas vezes. Ela estava se sentindo muito mal, foi um péssimo dia. Quando saiu da loja, Klaus estava mandando mensagem, chamando-a para sair, falando que estava com saudades. Pérola disse que tinha um compromisso com a mãe e que não dava. Chegou em casa e Lucinda já começou:
— Oi, filha, tudo bem?
Pérola respondeu:
— Tudo, estou cansada.
Lucinda insistiu:
— Como foi seu dia? Você está me escondendo algo, Pérola?
Estava estampado no rosto dela. Pérola começou a chorar e contou o que vinha acontecendo no trabalho. Lucinda ficou super nervosa, preocupada e revoltada. Ela tinha uma viagem de trabalho no fim de semana e já quis desmarcar, querendo ligar para a patroa e achar outra folguista. Pérola tentou acalmá-la e disse que ia dar tudo certo, que tinha o fim de semana para pensar e decidir o que faria. Elas estavam guardando dinheiro para viajar e visitar a avó de Pérola, que estava doente e morava em outro estado. O fim de semana trabalhado como babá viajando rendia a Lucinda até R$500,00 ou mais. Pérola insistiu muito, e a mãe decidiu ir. Eles foram para muito longe de avião, saindo na sexta-feira à noite. Antes de sair de casa, Lucinda quis desistir novamente, falando que precisava cuidar de Pérola, que estava triste e ela não podia deixá-la daquele jeito. Pérola disse que ia trabalhar em uma festa fazendo bico, mas mentiu e dormiu cedo.
No sábado de manhã, ao acordar, Pérola tinha várias chamadas perdidas da mãe. Retornou e Lucinda contou que tinha passado mal durante o voo por causa da pressão alta e do estresse, dizendo que estava no hospital em observação e que não poderia voltar para casa antes do retorno dos patrões. Ela falou que estava tudo bem. Pérola ficou super preocupada, já chorando, com medo e insegura. Ela não tinha o pai, e se algo acontecesse com sua mãe, o que seria dela, ainda mais longe e sem saber o que estava acontecendo direito? Pérola ficou muito mal e não tinha nada que pudesse fazer para melhorar. Conversou bastante com a mãe o dia todo, fizeram chamada de vídeo, e Lucinda parecia bem cuidada pelos patrões, mas ainda assim Pérola continuou preocupada. Ela só ficaria melhor quando a mãe voltasse e ela pudesse abraçá-la e vê-la com seus próprios olhos.
Klaus ligou na hora do almoço, chamando-a para ir à praia. Pérola disse que não estava a fim. Ele, super atencioso, perguntou se estava tudo bem, dizendo que sentia em sua voz que ela não estava legal. Pérola contou que estava tendo problemas no trabalho e falou sobre a mãe. Conversaram um pouco, e ele disse que se ela precisasse de qualquer coisa, era para ligar para ele. Pérola ficou intocada em casa sábado o dia todo, e à noite Klaus ligou e falou:
— Oi, Pérola, como você está? Está melhor?
Ela respondeu:
— Estou sim, parece que passou um caminhão por cima de mim, mas tudo bem.
Ele perguntou:
— O que você acha de a gente sair tomar um chopp? Você precisa se distrair, ficar em casa sozinha não vai te ajudar e o tempo vai passar mais devagar também. E eu estou sozinho e não quero sair com mais ninguém!
Pérola falou:
— Ahh, não sei, acho que não vou ser boa companhia para você hoje, não estou a fim de bagunça e barulho. Chama seus amigos!
Ele respondeu:
— Você pode escolher onde vamos, queria muito te ver hoje, estou com saudades de você.
Pérola estava sozinha, sem ânimo para nada, sentindo-se triste, e Klaus estava sendo tão legal com ela que resolveu chamá-lo para ir em casa. Respondeu:
— Por que você não vem aqui em casa ficar comigo então? A gente assiste a um filme... Não é nenhuma mansão, como você está acostumado!
Ele perguntou se não tinha chance de sua mãe ou alguém chegar. Ela disse que não. Então, ele aceitou, falou que ia levar comida para eles e cuidar dela, que não era mansão nem castelo, mas que tinha uma princesa. Pérola foi tomar um banho demorado, lavou o cabelo, ficou toda cheirosa, colocou uma blusinha e um shorts jeans. Ele chegou mais ou menos às 20h30, mandou mensagem avisando. Ela saiu para recebê-lo, beijaram-se, e ele deu um abraço tão gostoso que Pérola se perguntou por que não o tinha encontrado mais cedo. Foram entrando, e ela ficou com um pouco de receio do que ele pensaria de sua casa, que com certeza era mais humilde do que a dele. Ele levou umas esfirras abertas e uma garrafa de Amarula, dizendo que não sabia se ela ia querer, mas que sabia que ela gostava. Pérola agradeceu e falou:
— Você prefere ficar na cozinha ou na sala?
Ele respondeu, parado de pé na sala:
— Tanto faz, está com fome?
Ela respondeu:
— Não estou e você? Senta aí, vou abrir a garrafa e pegar copos para a gente.
Ele sentou na sala, Pérola pegou os copos e sentou ao lado dele. Começou a mexer na televisão, escolhendo um filme. Ele pegou em sua mão e falou:
— Desde que te conheci, nunca te vi assim, Pérola. Quer conversar?
Ela respondeu, dando um beijinho:
— Não quero, te falei que não seria boa companhia.
Ele respondeu, puxando-a para perto dele:
— Vem aqui, deita no meu colo.
Pérola deitou no colo dele no sofá, colocou um filme, ajeitou-se e ficaram quietos assistindo. Ele ficou mexendo em seu cabelo, fazendo carinho. Estava frio, e ela perguntou se ele queria um cobertor. Ele disse que não. Pérola levantou para pegar um para si e no quarto pensou em chamá-lo para assistir lá, pelo conforto. Voltou na sala e falou:
— Dá para assistir no quarto, está meio desconfortável aí, né?
Ele respondeu:
— Você que decide, para mim está bom aqui...
Pérola pegou um cobertor e sentou toda encolhida ao lado dele. Ele estava bebendo, concentrado no filme. Ela ficou olhando para ele, que a olhou e disse:
— O que foi? Quer?
Pérola deu um beijo nele e respondeu:
— Nada, estou olhando para você e pensando que você salvou minha noite... Obrigada por ter insistido e vindo!
Ele a beijou e falou que não estava aguentando de saudades, começou a cheirar seu pescoço, deixando-a arrepiada. Começaram a se beijar, e os beijos foram ficando mais intensos e demorados. Ele a puxou para o colo, apertando-a, e começaram a se pegar naquele fogo todo, com carícias que fizeram até o frio ir embora. Pérola estava muito excitada. Ele colocou a mão dentro de sua calcinha. Ela parou de beijar, ficou parada, e ele, olhando em seus olhos, foi enfiando a mão. Voltaram a se beijar, e ele a estimulou com os carinhos, percebendo que ela já estava doidinha, muito molhada. Ficaram quase uma hora se pegando. O filme acabou, Pérola levantou e falou:
— Vamos assistir no quarto? Outro filme?
Ele levantou, super excitado. Pérola pegou em sua mão e foram para o quarto. Ela nem ligou a televisão, beijaram-se em pé, e ele falou:
— Gosto de ver você assim.
Pérola perguntou assim como, e ele respondeu com uma mão em sua cintura, puxando-a contra ele, e a outra no meio de seu cabelo:
— Segura de si, esse seu jeito que me fez ficar doido por você, independente, forte, com seu jeito todo único...
Ele a virou de costas para ele enquanto falava e foi apertando-a, acariciando-a e pegando em seus seios por baixo da roupa. Pérola tirou a blusinha, eles tiraram a camiseta dele juntos e foram para a cama. Ele foi tomando conta da situação, super carinhoso, perguntou se podia tirar seu shorts, e ela, apreensiva, disse que sim. Ele ficou por cima, se esfregando, tocando-a, naquela pegação forte, a mão naquilo, aquilo na mão. Quando viram, estavam quase lá. Ele estava de cueca, tirou seu sutiã. Pérola sabia que ia acontecer, ele lhe passou segurança, fazendo tudo certo até então. Ela falou:
— Trouxe preservativo?
Ele pegou rápido. Pérola, como estudante de enfermagem, sabia colocar e o fez entre um beijo e outro. Ela foi ficando nervosa, deitou e ficou por baixo. Quando ele foi começar de verdade, falou em seu ouvido:
— Você é linda, Pérola. Sonho com o dia que íamos fazer amor desde que te conheci... Você não sabe o quanto você é importante para mim!
Pérola sorriu para ele, mal conseguia falar. Ele estava tentando p.e.n.e.t.r.a.r e estava difícil. Beijaram-se e foi, doeu muito. Ela respirou fundo e ficou paralisada. Ele falou, aumentando os movimentos e a intensidade:
— Calma, relaxa, se você ficar travada vai doer mais.
Pérola nem conseguia ter coordenação para beijar por causa da dor. Ele foi aumentando a intensidade cada vez mais, estava queimando, ardendo. Ela gemeu alto e teve que falar:
— Klaus, para. Para!
Ele foi mais devagar e respondeu:
— Assim está bom?
Pérola respondeu nervosa, virando o rosto para não beijar:
— Não dá, Klaus, está doendo.
Ele parou, saiu de cima dela e falou:
— Calma!
Pérola sentiu que ele estava insatisfeito, decepcionado. Ela se sentiu muito i.d.i.o.t.a e falou chateada, cobrindo-se com vergonha:
— Eu estraguei tudo, né...
Ele respondeu, aproximando-se para abraçá-la:
— Não, claro que não. Você é melhor do que eu imaginava, valeu muito a pena esperar...
Deitaram abraçados, Pérola de costas. Ela não sabia o que fazer, sentia-se super sem jeito e desconfortável. Levantou, enrolou-se na toalha, ansiosa para ver se estava suja de sangue. Pegou a camisinha, estava suja. Foi ao banheiro, ainda sentia bastante ardência. Sangrou muito, pelo que sabia um pouco anormal. Aproveitou para tomar banho e, quando voltou para o quarto, Klaus estava completamente vestido, sentado na cama mexendo no celular. Pérola olhou para ele como quem diz "o quê?" e perguntou:
— Você vai embora?
Ele respondeu, levantando e indo até ela:
— Está tarde, é melhor eu ir.
Pérola respondeu, indo para a sala:
— Nossa, Klaus.
Ele falou, abraçando-a:
— O que foi? Está tudo bem?
Ela não respondeu. Ele insistiu:
— Está brava comigo? Se você quiser, eu fico, é só falar.
Triste, Pérola respondeu:
— Acho que eu nem precisava falar, né? Olha, de boa, pode ir, vou dormir mesmo.
Ele perguntou:
— Posso mesmo? Tudo bem?
Aquilo acabou com Pérola, que se sentiu um lixo. Respondeu:
— Sim, vai lá, a gente se fala.
Ele respondeu, abraçando-a novamente:
— Vou dormir aqui. Quero ficar mais com você, vou fazer você dormir. Vamos deitar?
Pérola respondeu:
— Vamos.
Foram para o quarto e, quando deitaram, ele perguntou se ela estava bem, se estava com dor. Pérola respondeu:
— Um pouco, tudo bem.
Dormiram juntinhos, sem que mais nada acontecesse. De manhã, ele a acordou com carinho, dizendo que ela era linda ao acordar e que ele queria acordar ao seu lado todos os dias. Ele foi embora super cedo.