— Você se feriu por minha causa. — Sussurrou ele, o olhar perdido.
— Estou bem. — Respondi num murmúrio, incapaz de disfarçar a dor.
Assim que o carro ganhou velocidade e o calor do corpo dele me envolveu, abandonei-me ao cansaço.
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Ao despertar, deparei-me com um teto branco familiar. Dei-me conta de que chegara ao hospital mais depressa do que o habitual, e o pânico quase irrompeu no meu peito.
Todo o corpo latejava, e eu me sentia desorientada enquanto me erguia devagar, estremecendo com a dor que serpenteava pelos membros.
Tristin permanecia sentado ao lado da cama, o rosto vincado por preocupação e alívio. Os olhos avermelhados denunciavam o cansaço extremo que marcava as feições dele.
Assim que percebeu meu movimento, o olhar dele suavizou e ele aproximou-se, envolvendo minha mão entre as próprias.
Tudo aquilo soava estranhamente familiar, idêntico àquela noite distante. Eu não sabia administrar aquela situação. Parte de mim tinha plena consciência de que era errado.