Narrado por Mallory
Tentava gritar para mim mesma que não era nada do que Matteo havia dito. Mas as palavras, como veneno, se infiltravam lentamente em minha mente, como se uma parte de mim, muito mais escura e profunda, estivesse concordando com ele. Eu queria negar. Queria gritar, mas a verdade, cruel e inescapável, começava a se formar dentro de mim. Eu não era mais quem pensava ser. A escuridão que carregava dentro de mim não era apenas uma sombra, mas uma extensão do que me tornara. Fugir disso seria como tentar escapar da própria sombra.
Entrei no carro, a mente girando, o coração pesado, mas o corpo, como um mecanismo automático, se movia. Dirigi até a casa de Dante, o silêncio do caminho ecoando, pesado como uma corrente que me prendia. As palavras de Matteo ainda ressoavam, mas não conseguia mais lutar contra elas. Tudo parecia se misturar, as memórias, as emoções, as escolhas. Eu já não sabia mais o que era real.
Chegando à casa de Dante, entrei e fui direto ao banheiro, co