Narrado por Dante
Caminhei até o quarto dela, parando diante da porta fechada. Bati duas vezes, hesitante, e esperei. Nenhuma resposta.
— Mallory, sou eu. — Minha voz saiu mais firme do que eu esperava. — Precisamos conversar.
Por um momento, pensei que ela não abriria. Mas então ouvi passos leves do outro lado, e a porta se abriu.
Ela estava ali, de pé, com os cabelos desarrumados e os olhos carregados de cansaço e algo mais que eu não conseguia identificar. Não me convidou para entrar, mas também não me expulsou.
— O que foi? — perguntou, cruzando os braços, a voz mais fria do que eu estava preparado para ouvir.
— Eu precisava te ver.
Ela arqueou uma sobrancelha, como se aquilo fosse uma desculpa fraca.
— Amanhã é o noivado, Dante. Acho que já nos veremos o suficiente.
— Não é disso que se trata. — Respirei fundo, buscando as palavras certas. — Eu sei que você não quer isso. Sei que casar comigo é o último desejo que você teria.
Ela soltou uma risada amarga, mas seus olhos não enco