Capítulo 2 – Varrendo

Fiquei mais nervosa, não estava acostumada a ser o centro das atenções, mas me lembrei de que não era mais aquela Ava tímida e introvertida, então decidi avançar balançando todo o meu corpo.

- Não posso acreditar! – Cecil foi o primeiro a me abraçar.

- E nós estávamos fazendo planos para confortá-la! – Paula me deu um beijo no rosto.

- Você está…! Você está incrível! – Maggie me abraçou.

- O que aconteceu com você? – Paula perguntou enquanto eu me sentava em uma das cadeiras ao redor da mesa.

- Bem, eu balancei a cabeça. – Balancei a cabeça levemente. – Estou cansado de sofrer, o que isso me traz de bom? Estou disposta a pular todos os estágios do luto e começar a me divertir de uma vez por todas. – Encolhi os ombros.

- Eeeeesssssooooo. – Todas as garotas torceram por mim.

O garçom chegou, anotou nosso pedido e, em um minuto, chegou com várias rodadas de bebidas.

Nada mais de choro, nada mais de Mike e nada mais de lamentar meus exnamorados. Embora naquela manhã eu achasse que acabaria comemorando meu noivado, agora eu planejava comemorar minha liberdade.

Bebemos muito, rodada após rodada, comecei a sentir o elixir começando a fazer efeito em meu corpo, me senti mais alerta, extrovertida, como se meu cérebro estivesse finalmente aceitando a ideia que eu vinha tentando introduzir o dia todo, de que eu era uma mulher independente, forte e corajosa.

Mas não foi só isso, outra sensação me acompanhou, eu me senti observada.

Bebi o drinque que estava à minha frente e, tentando dissimular, virei-me para procurar aquele olhar às minhas costas que me deixava inquieta, quando encontrei belos e intensos olhos azuis fixos em mim, era um homem extremamente atraente que me observava à distância. Um arrepio percorreu meu corpo.

Como uma pessoa poderia produzir tal sensação com nada mais do que um olhar? Voltei imediatamente para a mesa, sentindo-me corada.

Uma das moças percebeu o momento em que o homem e eu trocamos olhares e rapidamente se aproximou de mim, sussurrando em meu ouvido.

- Ava, você parece estar arrasando hoje. – Maggie.

- Mmmm? – Fingi que não sabia de nada.

- Não fique, eu vi que você notou. – Ela apontou os lábios para um ponto da boate. – Que aquele espécime espetacular está olhando para você há algum tempo. – Ele se acomodou em seu assento como se não tivesse dito nada.

Eu me virei novamente, dando uma olhada mais de perto no dono daqueles olhos azuis. Ele era um homem realmente bonito, com traços bem definidos, um nariz bem torneado, sobrancelhas grossas e escuras e cabelos escuros, que contrastavam com a pele branca e realçavam aqueles olhos azuis intensos. Notei que ele estava vestido de forma casual e que estava acompanhado por dois rapazes, também muito bonitos.

Aproveitei o fato de que eles pareciam estar conversando e estavam fazendo um brinde, estava extasiado contemplando-os, quando ouvi risadinhas vindas da minha própria mesa, eram minhas amigas falando sobre como aqueles caras eram bonitos, ignorei os comentários.

Após o brinde, o homem de olhos azuis se virou para mim mais uma vez e, quando encontrou meu olhar, deu um sorriso e levantou o copo em minha direção. Eu me virei novamente, confusa, surpresa com esse cara, e vi meus amigos cochichando entre si e rindo.

- O que está fazendo, Ava? – Maggie se inclinou para tras na mesa para falar comigo em voz baixa. – Por que está surtando? Aquele homem parece estar interessado em você.

- Não precisa ter medo dele, você é solteira e está linda hoje, vá ao ataque. – Cecil continuou com um sorriso.

- Ele é muito bonito, talvez você devesse conversar um pouco com ele. – Paula acrescentou.

Eles estavam em cima de mim, murmurando como aqueles pequenos demônios no ombro de personagens de desenhos animados. Assenti com a cabeça, tomei meu drinque e sorri para elas em resposta.

Sim, eu havia dito que era um novo eu, mas, no momento, não ousava ir tão longe. Chegar à mesa de estranhos para abordá-los em um plano de conquista não era minha praia. Só de pensar nisso, minhas bochechas esquentavam.

Eu queria ser um novo eu, mas também não me sentia pronta para ir tão longe.

Tentei ignorar o fato, forcei-me a não me virar e mudei radicalmente de assunto, concentrando-me em perguntar às meninas sobre o trabalho. Bem, todas nós trabalhávamos na mesma empresa, tínhamos nos conhecido lá, mas em departamentos diferentes, então era comum incluir esse tópico em nossas conversas.

Um minuto depois, o garçom voltou com uma garrafa, o que foi estranho porque ele havia nos deixado uma rodada de bebidas recentemente.

- Trago-lhes um presente dos senhores daquela mesa. –

Ele colocou a garrafa em nossa mesa e apontou para a mesa onde estavam os homens bonitos. Todos nós nos viramos para olhá-los, e os rapazes sorriram para nós. Enquanto o belo homem de olhos azuis olhava para mim, erguendo seu copo em minha direção. Novamente, um arrepio percorreu meu corpo, desviei o olhar e me virei para o garçom, agradecendo-lhe.

- Ei, Ava, por que você não o convida para dançar? – Paula sussurrou para mim.

- Não, eu… eu não posso…

- Vamos lá! Não seja puritana! Você tem que se divertir! – Cecil.

- Sim, está bem, está bem. – Tentei acalmá-las, elas estavam com os hormônios à flor da pele de novo com aqueles homens. – Vou pensar sobre isso, está bem?

Continuamos bebendo, continuamos nos divertindo, eu não conseguia parar de pensar naquele homem bonito e, de vez em quando, lançava um olhar furtivo para a mesa dele, estava nervosa só pelo fato de ele me pegar olhando para ele.

Depois de mais um tempo, ouvi uma pessoa limpando a garganta atrás de mim.

- Boa noite.

Uma voz rouca e masculina ecoou atrás de mim, fazendo com que todos os pelos da minha pele se arrepiassem. Fechei os olhos com força, sentindo quem era.

Um segundo depois, virei-me e lá estava o belo homem de olhos azuis, muito mais alto do que eu esperava, com cerca de 1,80 metro. Meu coração disparou só de olhar para ele.

- Eu queria saber se você gostaria de dançar comigo.

O homem estendeu a mão para mim e, com a boca aberta, virei-me para as meninas, atordoada, com a mente em branco, sem saber o que responder.

Minhas amigas estavam acenando para mim, balançando a cabeça, abrindo os olhos, acenando para mim, dando todo tipo de piscadelas, incentivando-me a aceitar o convite, enquanto eu olhava em volta, nervosa, com o pulso acelerado e intimidada por um espécime tão espetacular.

Por fim, aceitei com um leve aceno de cabeça, ainda com a boca aberta, peguei sua mão e, quase arrastando os saltos altos e o nervosismo, fui para a pista de dança com o homem. Dançamos um pouco, mantendo distância.

- Meu nome é Alex. – Ele deixou escapar de repente, no meio da dança, com sua voz rouca.

- Meu nome é Ava. – respondi, erguendo ligeiramente os olhos e corando.

- É um prazer, Ava. – Ele estendeu a mão para minha cintura, puxando-me para perto dele.

Depois que a música terminou, ele me convidou para ir ao bar pegar uma bebida, as meninas olharam para mim da mesa sorrindo, com uma expressão de aprovação, achei que elas não se importariam se eu conversasse um pouco com o novo conhecido, então aceitei.

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