Ao som dos gritos dilacerantes de Mafalda, Thiago nem sequer franziu a testa. Sua voz veio fria como gelo:
— Mafalda, tudo o que você fez com a Regina, agora está apenas sentindo na pele. Não é nenhum exagero, certo?
Ele fez uma pausa breve, antes de continuar, cruel e sereno:
— Ah, e não vão te dar anestesia, nem analgésico. A partir de hoje, você nunca mais poderá ter filhos. Esteja pronta.
Do outro lado da linha, o silêncio durou alguns segundos.
E então, Mafalda começou a implorar em desespero:
— Thiago. Thiago! Você não pode fazer isso comigo! Por favor, poupe o nosso filho! Ah—!
O grito repentino dela me fez estremecer.
Thiago desligou o telefone com a mesma expressão serena de sempre, um sorriso quase suplicante nos lábios.
Pálido como nunca, ele pegou minha mão e encostou no próprio rosto:
— Regina, mais tarde vou mandar o vídeo da cirurgia pra você. Se quiser, também posso pedir que enviem o corpo do feto.
— Quando você vir tudo com seus próprios olhos, será que pode me perdoa