Romance hot entre um norueguês e uma brasileira, que se passa na cidade de Bergen, Noruega. Anya, brasileira, mãe solteira, independente, vivendo a "nova mulher de 40 anos da era moderna" na Noruega. Ele, norueguês, alguns anos mais jovem, solteiro, o típico "pobre garoto rico da sociedade atual". Eles se conhecem ocasionalmente em um aplicativo de relacionamentos, e se encontram por acaso numa igreja de Bergen. Um amor cheio de altos e baixos, envolvido de preconceito e diferença social e cultural, onde a mulher ainda hoje, tem que lutar todos os dias para provar que, a personalidade de uma pessoa, é mais importante do que a aparência, e condições financeiras. Um romance tórrido, vivido por dois arianos, cheio de detalhes da intimidade de um casal, que aos poucos conflitam seus medos, insegurança e orgulho, para continuar juntos! Venha embarcar nessa aventura e descobrir você também, como um mundo de preconceitos da sociedade contemporânea, pode ser desconstruído através do amor!
Leer más15 de maio de 2016.
Oi!
Resolvi começar a escrever essa história com um “oi”. Sou a visão de fora da trama. Tipo assim, a fofoqueira ocular e imaginária do lado de dentro dos cenários onde tudo acontece. Eu me imagino mais como um espírito bisbilhoteiro que vê, sente e ouve tudo sem que ninguém o perceba. É mais ou menos assim que consigo contar com detalhes o que se passou na vida desses personagens. Sim, e sou cheio de opiniões, como todas as pessoas… e não vou guardá-las para mim, fique sabendo…
Pois bem, vamos ao que interessa. Tudo começou quando uma mulher muito sábia, vivendo no reino da Noruega, no ano de 2016, onde as princesas são independentes e engajadas na luta contra a desigualdade entre gêneros, ligou o foda-se, e viveu feliz para sempre!
Bem, ela estava numa igreja… A igreja de Nyppedalen, na cidade de Bergen, na Noruega. Zaya, de 15 anos, estava se confirmando diante da igreja, estava crismando. A crisma era uma tradição, além de ser uma data muito especial e importante na Noruega, quando o adolescente completa 15 anos, reúnem-se todos os amigos e familiares numa cerimônia, ou na igreja, chamada confirmação ou numa cerimônia civil chamada borgelig (cidadania)…
Geralmente os confirmantes e parentes usam um traje especial nesse dia, o bunad — que é o traje tradicional da Noruega —, que por sinal é muito caro, custa em média 45 mil kronos um bunad original, novo e completo encomendando numa loja ou costureira particular. O traje consiste em um vestido, para as mulheres, e um colete com calças tipo capri, para os homens, com meias longas até o joelho. Esse traje especial é muito popular no país, podendo variar em suas cores e bordados dependendo da região. Muitas famílias levam anos preparando seus bunads para suas filhas ou netas poder herdá-los.
É utilizado atualmente em datas comemorativas — como o 17 de maio, dia em que se comemora a assinatura da Constituição de 1814; não a independência como muitos outros países — assim como também se é usado em casamentos e batizados.
Pois bem, agora voltando à cerimônia de crisma norueguesa. Depois da celebração oficial na igreja, é oferecido um jantar para os convidados e a criança recebe muitos presentes valiosos, ou uma quantia de cada convidado. Também né, depois de a família ter gastado tanto com um bunad e com a festa…
Anya, mãe de Zaya, estava vestida em um glamouroso vestido verde, longo, com pedras de acrílico, vidro e cristais de rochas, os famosos strass. O vestido era tão longo que ela tinha que segurar sua calda. Seus cabelos longos e loiros ornamentavam em perfeita harmonia com a cor do vestido e do tom da pele dela.
Na mesma fileira do banco da igreja estavam seu filho mais velho, Viliam, de 16 anos, o caçula Elias, de 9 anos, seu segundo ex-marido norueguês, Stian, e seus ex-sogros, pais do primeiro marido norueguês. Embora já houvesse terminado recentemente um relacionamento de 5 anos com Stian, eles resolveram fazer a festa de crisma de seus filhos juntos.
Stian tinha um filho da mesma idade da filha de Anya, Sebastian, que inclusive estudava na mesma sala de aula que Zaya.
Anya estava solteira agora, aliviada por finalmente conseguir viver um pouco para si mesma, esteve casada desde os 17 até aos 34 anos.
Ela agradecia diariamente a Deus por ter vindo morar na Noruega com seus filhos, que em sua perspectiva era um país liberal, onde os direitos são iguais entre as mulheres e os homens, não só em palavras rabiscadas em documentos, mas na prática, no dia a dia.
Há alguns dias, em meio a sua nova vida de solteira, perdida em meio a mil pensamentos e falatório das amigas sobre como estava sendo a nova maneira dos adultos se conhecerem, flertarem e saírem para dates, ela resolveu baixar um app de encontros casuais, que informava a distância e localidade dos membros inscritos.
Foi assim que, em meio à espera para a abertura da cerimônia na igreja, surgiu um aviso em sua tela do telefone: Martin está a menos de 1 km de você. Ela clicou nessa mensagem, e ali estava as fotos de um marinheiro, que ela não havia gostado muito das fotos antes.
A data que eles teriam cruzado o caminho um do outro era 5 de maio, ou teriam estado próximos à localidade um do outro nessa data. Anya não deu importância, pois não havia se interessado tanto por este rapaz; segundo, estava com o seu ex e sua família ao seu lado; e terceiro, estava muito ansiosa naquele dia, era o dia da confirmação da sua filha amada, sua filha querida.
Martin estava sentado na fileira de trás do banco da igreja, sim o mesmo Martin do telefone, ele estava logo atrás de Anya, desde quando ela chegou com sua família. Ele ouviu a conversa dela com os filhos, com o ex-marido, Stian; com os ex-sogros, pais de Petter, não de Stian. Os pais de Stian estavam sentados do outro lado da igreja.
Martin sorria quando o filho caçula dela saía do banco para tentar captar as melhores fotos de sua irmã durante a cerimônia. O marinheiro achou Anya muito bonita, enquanto a observava e a sua família, ainda não tinha ligado uma coisa à outra, assim como não percebeu que ela era a mulher do aplicativo de namoros e encontros. Ele a viu levantar, quando a crisma terminou, caminhar, a tirar fotos no gramado da igreja com sua família. Ele pensou: “Nossa que corpo! Queria aquela bunda pra mim. Que mulher bonita!”
Depois todos foram embora da igreja e Anya nem se quer notou Martin na igreja.
Nas semanas entre 17 e 31 de maio, Anya e Martin continuaram mantendo contato, falando-se ao telefone quando ela estava em sua casa, dormiram juntos, nem que fosse tarde da noite, quando Anya dirigia para a casa dele. Os dois não estavam namorando, mas estavam jogando um jogo perigoso de ficar juntos sem compromisso. Quando se há sentimentos envolvidos, não há como dizer ao coração o que ele deve fazer ou sentir. Mesmo que alguém leia mil frases de resiliência no Instagram, Facebook, Google, YouTube, nem que esse alguém leia mil livros de autoajuda, ainda assim irá sentir. A verdade é que perto ou longe dele Anya iria sofrer o fim desse interlúdio. Desde a última despedida deles em Lagos, Anya ainda não tinha saído do modus “sofrer”. Ela jurava que se ele fosse embora da vida dela no meio do almoço, assim de repente, sem dizer nada, acabou, ainda assim o sentimento de perda seria o mesmo. Ela estava vivendo anestesiada. A rotina dos dois continuou a mesma. Ela estagi
12 de abril de 2017Com Martin fora de Lagos Anya finalmente poderia viver uma semana de férias dedicadas a ela mesma. Mia e seu marido alugaram um carro para que ela pudesse os dirigir enquanto estivesse lá. Anya os levava para todas as partes. No mesmo dia em que Martin partira, Mia, Anya e seu marido foram para a cidade de Portimão resolver assuntos burocráticos no fórum de lá. Mia estava sempre ocupada em projetos de compras e vendas de casas ou apartamentos, sempre buscando meios de investir dinheiro. Outra mãe brasileira que viveu muitos anos solteira, mas que viveu uma vida igual, ou melhor que muita jovem solteira com a metade da idade dela. Mia tinha 38 anos que mais parecia 30. Anya, Mia, o marido dela e algumas outras amigas se encontravam no decorrer da semana, iam às praias das redondezas pela manhã e para os restaurantes e bares à tarde, festas à noite. Às vezes Anya precisava ir ao hotel onde se hospedara depois que Martin partira. O hotel Tivoli era ba
7 de abril de 2017 Mia, James, Martin, Anya e Luma resolveram viajar para uma cidade chamada Albufeira. Não que Anya desejasse a presença de Luma, ainda mais faltando algumas horas para seu aniversário. Anya não podia acreditar que estava vivenciando tal situação em suas férias. Depois da meia-noite Anya estava completando 35 anos e definitivamente não queria que seu dia fosse estragado por lembranças inconvenientes de alguém que ela não pediu para encontrar nesse viagem. Nem no Brasil, com seus mais de 200 milhões de habitantes, todo mundo é amigo de todo mundo, não era porque uma pessoa vinha do mesmo país que o dela que seria obrigada a aturar. Eles conseguiram um quarto para os cinco numa pequena pousada muito aconchegante e com um preço acessível para todos. Da varanda da pousada se via o mar, um céu azul limpo e intenso que prometia calor humano e alma aquecida. Apesar dos pesares, Anya resolveu fazer as pazes com Luma para amenizar o clima e para que todos pud
Segunda-feira, 3 de abril de 2017, 11:52Martin e Anya pegaram o carro e saíram visitando as praias dos arredores. Havia diversas pequenas praias não muito distantes dali do centro de Lagos. Martin comprou comida, água, suco e doces para que comessem na areia quando sentissem fome. Anya tentava ver pelo lado romântico, fazia de conta que ele havia proposto um piquenique à beira-mar, debaixo daquele calor do sol, aproveitando a brisa, olhando as paisagens, curtindo aqueles momentos únicos e que talvez fossem os últimos dos dois. Ela ignorava o fato de dele não querer comer em restaurante e que ele comprava comida ou já levava de casa para não ter que gastar na rua. Ela queria mais era aproveitar o clima, a viagem, aquecer a alma e ser feliz.Depois do piquenique na praia, onde comeram frango assado e salada de batata, foram visitar outros locais. Chegaram numa praia onde havia muitas lojas de artesanatos, compraram um café e se sentaram num banquinho na calçada. Riam e
Dia 31 de março de 2017, sexta-feira à noite. Martin e Anya viajaram juntos pela primeira vez depois do término. Eles iriam dormir em Oslo para pegar um avião para Faro no dia seguinte pela manhã cedo. Era a primeira vez deles num avião e isso estava fazendo com que Anya agisse como uma criança numa confeitaria podendo escolher o doce que quisesse. Anya levava uma mala preta de bolinhas brancas que comprou na Alemanha, num cruzeiro de final de semana, no ano anterior. Martin por sua vez estava levando uma mochila das forças armadas, algo grotesco, muito alto, muito pesado, que ele tinha que carregar nas costas, e era verde. Anya não aguentava olhar para aquilo. Ela estava até mesmo envergonhada de ver Martin andando pelos aeroportos carregando aquela mochila de acampamento que era mais alta que a cabeça dele. Os dois riam muito dos comentários dela, ela fazia vídeos dele andando como um robô com aquela mochila imensa verde. Em Oslo os dois foram para um hotel a pouco
Anya estava engajada em sua vidinha de mãe solteira moderna. Trabalhando e estudando 4 dias por semana. Embora uma semana tivesse só sete, ela transformava a quinta-feira em dois dias, ficava na faculdade até meio-dia e dirigia de 2 horas e meia a três para estar no trabalho em Bergen, às 15 horas da tarde do mesmo dia. Por sorte seus filhos já eram grandes, quase 17 e 16, já que o de 10, Elias, morava com o pai. Anya também sempre tinha alguém adulto morando com ela para ajudá-la com as crianças em sua ausência. Nas sextas-feiras, sábados e domingos geralmente ela trabalhava a noite e podia dormir até tarde no outro dia. Assim como foi esse fim de semana após dias sem notícias alguma de Martin, isso foi até o dia 16 de março, uma quinta-feira. Anya saiu do trabalho, no centro de Bergen, que ficava bem atrás da estação de trem, e foi visitar sua amiga Dalila, a mesma que tinha um apartamento na rua do cinema. Anya estava bem, sorridente, descontraída, quando o telefone dela tocou e
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